RELIGIÃO – Os cardeais já estão antecipando o confronto do conclave: seguir Francisco ou pisar no freio

Surgem duas grandes correntes: uma que é a favor da continuidade e busca fazer avançar as reformas empreendidas pelo falecido Papa, e outra, alarmada, que quer corrigir o rumo e restaurar a ordem. A reportagem é de Inigo Dominguez, publicada por El País, 25-04-2025. A tensão subterrânea na Igreja é evidente. Apenas quatro dias se passaram desde a morte de Francisco e as proclamações já começaram a se desenrolar em plena luz do dia. Antes mesmo do funeral do Papa, já estão se definindo as duas grandes correntes que se enfrentarão no conclave, na primeira semana de maio, em data ainda a ser definida. Para simplificar, por um lado, há cardeais que querem seguir o caminho da abertura e da reforma, de uma Igreja globalizada e não eurocêntrica, aberta por Francisco; e, por outro lado, aqueles que viveram mal este pontificado e querem pôr-lhe fim. Aqueles que acreditam, em suma, que este foi apenas o início de um caminho ainda muito longo, que é o único futuro para a Igreja, e aqueles que pensam o contrário, que já fomos longe demais e devemos desacelerar para corrigir os erros, de modo que este último mandato fique como um parêntesis a ser esquecido. Ao contrário da cautela que precedeu os conclaves de 2005 e 2013, desta vez alguns cardeais já estão fazendo declarações inequívocas no que de outra forma teria sido um debate muito acalorado nos últimos 12 anos. Por exemplo, o cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga, 82, se manifestou e, portanto, não participa mais do conclave, pois tem mais de 80 anos. Ele foi um dos arquitetos da eleição de Francisco em 2013 e continua sendo uma voz respeitada na Igreja latino-americana, que tem 21 cardeais no conclave, a maioria deles na linhagem do falecido pontífice. “Minha maior esperança é que possamos dar continuidade ao bom trabalho que o Papa Francisco tem feito. Li muitos comentários ultimamente, mas poucos abordam o cerne da reforma deste pontificado: a sinodalidade”, disse ele ao La Stampa. Justamente essa questão, um termo que pode soar obscuro para os não iniciados e que significa a busca por uma maior participação de todos os fiéis na governança da Igreja, incluindo mulheres e leigos, é vista como absurda pelo setor mais conservador. Eles veem isso como uma deriva em direção ao assembleismo, uma democratização perigosa da Igreja que só está desestabilizando a instituição e criando o caos. Eles também ficam horrorizados com coisas como o que o cardeal Jean-Claude Hollerich, de Luxemburgo, outro colaborador próximo de Jorge Mario Bergoglio, disse em outra entrevista: precisamos encontrar um Papa que assista Netflix para saber como se comunicar com os jovens. “Espero que os cardeais entendam que o mundo está se movendo a uma velocidade astronômica”, ele alerta a qualquer um que queira recuar. Por outro lado, uma das figuras mais conservadoras, o cardeal Gerard Ludwig Müller, ex-prefeito da Doutrina da Fé demitido por Francisco em 2017, foi muito direto em suas declarações ao La Repubblica: “Um capítulo na história da Igreja se fechou.” Sobre o tema específico da sinodalidade, ele já disse que para ele os encontros que Francisco organizou nos últimos anos são meros “simpósios”. “Não é um sínodo, não é uma expressão do magistério da Igreja (…). Os bispos têm uma autoridade que não se confunde com a capacidade de todos os batizados de falar.” Com um toque sutil, ele disse que o julgamento das pessoas é de Deus, mas que é possível ter opiniões sobre o pontificado, e deixou as suas claras: Francisco tem sido muito “ambíguo” sobre mulheres, homossexuais, relações com o islamismo, com a China, e negligente no rigor doutrinário. “Com Bento XVI, tivemos uma clareza teológica perfeita, mas cada pessoa tem seu próprio carisma e habilidades, e acho que o Papa Francisco tinha isso mais na dimensão social.” Traduzindo, o sério era Ratzinger e Bergoglio escorregava nas questões delicadas, uma crítica constante deste setor durante estes anos, com certo desdém acadêmico. Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos Matéria Completa: Acesse Aqui
MUNDO – “Gaza tem a maior limpeza étnica desde a Segunda Guerra Mundial, a UE não deve ficar parada assistindo”. Discurso de Josep Borrell

O discurso é de Josep Borrell, publicado por La Repubblica, 25-04-2025. Discurso do antigo Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia Eis o discurso. Em 18 de março, Benjamin Netanyahu quebrou a trégua que havia sido estabelecida em Gaza alguns dias antes da posse de Donald Trump. Em poucas horas, os bombardeios causaram mais de 400 mortes. Dessa forma, ele garantiu sua sobrevivência política: continuar a guerra foi a condição imposta por seu parceiro de extrema direita, Bezalel Smotrich, para não derrubar a coalizão governante. Desde então, milhares de outros civis palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos e as vidas dos reféns sobreviventes estão em perigo. O bloqueio total e a fome generalizada agravaram catastroficamente uma situação já dramática, num contexto em que a maior parte dos edifícios e infraestruturas estão destruídos. A última usina de dessalinização de água não está mais funcionando. Todos concordam com esse diagnóstico terrível. As Nações Unidas alertaram que a situação em Gaza atingiu seu pior nível desde o início da guerra. A ONG Médicos Sem Fronteiras descreveu Gaza como um cemitério para milhares de moradores da Faixa, mas “também para aqueles que tentam ajudá-los”. Doze das maiores ONGs internacionais de ajuda humanitária acabaram de lançar um apelo desesperado. Parece que ninguém os ouve. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, reiterou mais uma vez nos últimos dias que “nenhuma ajuda humanitária entrará em Gaza”. Bezalel Smotrich, ecoando-o, confirmou que a pressão máxima está sendo exercida para “evacuar a população para o sul e implementar o plano de migração voluntária do presidente Trump para os habitantes de Gaza”. Um projeto que Israel Katz, quando era Ministro das Relações Exteriores, já nos havia apresentado no Conselho da UE no início de 2024. O exército israelense conquistou metade do território e colocou dois terços de Gaza sob ordem de evacuação, transformando-os em “zonas proibidas”, incluindo a cidade fronteiriça de Rafah. O objetivo é claramente criar as condições para a maior operação de limpeza étnica desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Afirmar que “nem mesmo um grão de trigo entrará em Gaza” é uma violação flagrante do direito internacional humanitário. É impossível não ver nisso a intenção de extermínio que o Tribunal Penal Internacional já havia levado em conta quando emitiu mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa. Não é menos grave do que o encontrado no passado pela justiça internacional em Srebrenica e Ruanda. Ao mesmo tempo, na Cisjordânia, o exército está travando sua maior ofensiva em décadas. Mais de 40.000 palestinos já foram deslocados à força do norte do território, aparentemente abrindo caminho para planos que legisladores de extrema direita estão promovendo para expandir assentamentos que são ilegais segundo o direito internacional. Em 23 de março, porém, o governo legitimou 13 dessas colônias. A extrema direita fundamentalista espera que Trump apoie seus planos de anexar parte ou toda a Cisjordânia, o que acabaria com qualquer possibilidade, se é que alguma vez existiu, de criar um estado palestino. Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos Matéria Completa: Acesse Aqui
RELIGIÃO – Francisco contra a idolatria do capital. Artigo de Michael Löwy

O artigo é de Michael Löwy, diretor de pesquisa em sociologia no Centre nationale de la recherche scientifique (CNRS), publicado por A Terra é Redonda, 23-04-2025. Bergoglio não foi, é claro, um papa marxista. Mas a encíclica Laudato si’ é uma contribuição preciosa e inestimável diante da catástrofe socioambiental. Papa foi lúcido, ao questionar elites e a “ecologia de mercado”. Cabe à esquerda completar seus diagnósticos com propostas radicais. Eis o artigo. A morte de Jorge Bergoglio, o Papa Francisco, marca o fim de uma figura pouco comum, que se destacou, numa Itália governada por neofascistas e numa Europa cada vez mais reacionária, por um engajamento ético, social e ecológico surpreendente. Depois que Pio XII excomungou os comunistas, a esquerda só podia esperar anátemas do Vaticano. João Paulo II e Joseph Ratzinger não perseguiram os teólogos da libertação por utilizarem conceitos marxistas? Não tentaram impor um “silêncio obsequioso” a Leonardo Boff? É claro que, desde o século XIX, sempre existiram correntes de esquerda no catolicismo, mas elas encontraram somente hostilidade por parte das autoridades romanas. Por outro lado, as correntes clericais críticas do capitalismo eram geralmente bastante reacionárias. Criticando o socialismo feudal ou clerical no Manifesto Comunista, Marx e Engels notaram “sua absoluta incapacidade de compreender o curso da história”; mas reconheceram nesta mistura “de ecos do passado e ameaças ao futuro” uma “crítica mordaz e espirituosa” que podia por vezes “atingir a burguesia bem no coração”. Max Weber propôs uma análise mais geral da relação entre a Igreja e o capital: em sua obra sobre a sociologia das religiões, ele constata a “profunda aversão” (tiefe Abneigung) da ética católica ao espírito do capitalismo, apesar das adaptações e compromissos. Esta é uma hipótese que deve ser levada em consideração se quisermos compreender o que aconteceu em Roma com a eleição do papa argentino. Jorge Bergoglio, o Papa Francisco O que poderíamos esperar do cardeal Jorge Bergoglio, eleito Pontifex Maximum em março de 2013? Claro, ele era latino-americano, o que não deixava de ser um sinal de mudança. Mas ele tinha sido eleito pelo mesmo conclave que tinha entronizado o conservador Joseph Ratzinger, e vinha da Argentina, um país onde a Igreja não é conhecida por seu progressismo, com vários de seus dignitários tendo colaborado ativamente com a sangrenta ditadura militar. Não foi esse o caso de Jorge Bergoglio: segundo alguns relatos, chegou até mesmo a ajudar pessoas perseguidas pela junta a esconderem-se ou a abandonarem o país. Mas também não se opôs ao regime: um “pecado de omissão”, poderíamos dizer. Enquanto alguns cristãos de esquerda, como Adolfo Pérez Esquivel (Prêmio Nobel da Paz), sempre o apoiaram, outros viam-no como um opositor de direita ao governo dos “peronistas de esquerda” Néstor e Cristina Kirchner. Seja como for, uma vez eleito, Francisco – nome que escolheu em referência a São Francisco, o amigo dos pobres e dos pássaros – distinguiu-se imediatamente por sua atitude corajosa e engajada. De certa forma, ele lembra o Papa Roncalli, João XXIII: eleito “papa de transição” para garantir a continuidade e a tradição, iniciou a mais profunda mudança na Igreja depois de séculos: o Concílio Vaticano II (1962-65). Bergoglio tinha inicialmente pensado em adotar o nome de “João XXIV” para homenagear seu antecessor da década de 1960. Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos Matéria Completa: Acesse Aqui
ARTIGO – EU TE ODEIO, FRANCISCO.
EU TE ODEIO, FRANCISCO. Odeio-te, Francisco, porque não foste um Papa, foste um escândalo. Porque quando todos esperavam um monarca, você apareceu com cheiro de rua e de evangelho. Eu te odeio porque você desceu do trono de Pedro e subiu no bondi conosco. Odeio-te porque não quiseste viver num palácio. Porque você escolheu um pezinho pequeno na Casa Santa Marta, como se a humildade fosse a única coroa que lhe interessava. Eu te odeio porque você comia com os funcionários e não com os príncipes da Igreja. Porque você abriu os portões do Vaticano e deixou entrar a lama da humanidade. Odeio-te porque te chamaste Francisco, como o louco de Assis. E os loucos, Francisco, desarrumam a nossa alma. Fazem-nos ver que o amor não é confortável, nem diplomata, nem quente. Eu te odeio porque você não falou como um papa, você falou como um avô sábio que acaricia com as palavras e sacode com o exemplo. Odeio-te porque antes foste o Jorge. Aquele padre do metro, do mate compartilhado, dos pés lavados nas villas. Eu te odeio porque você não se importava de gostar do poder, você se importava que o pobre não caísse do mundo. Odeio você porque prendeu centenas de pedófilos e expulsou cardeais corruptos, sem medo, sem cálculo. Eu te odeio porque você se encorajou a limpar a casa por dentro, e isso dói. Eu te odeio porque você disse o que ninguém queria dizer. Odeio-te porque não vieste para a Argentina. Porque nos deixaste com vontade. Porque você nos obrigou a amar você à distância, como ama aqueles que doem. Odeio-te porque és peronista. E odeio-te mais porque nunca pediste desculpa por isso. Porque a sua política era o Evangelho, e isso é que incomoda. Odeio-te porque nos pediste para cuidar dos velhos e das crianças. Porque você nos fez olhar de lado quando preferíamos olhar para cima. Odeio-te porque nos tiraste do conforto das paróquias e nos empurraste a sair, a nos sujar, a ir ao encontro. Eu te odeio porque você deu valor aos pequenos gestos. Àquele “bom dia” ao porteiro, ao “desculpa” em casa, ao abraço que chega antes do julgamento. Odeio-te porque nos convidaste a sonhar sempre, e isso é perigoso. Porque quem sonha não se conforma. Odeio-te porque fizeste da misericórdia a tua bandeira. Porque você abriu as portas do Jubileu e nos disse que o perdão é um direito divino, não um prêmio dos bons. Eu te odeio porque você abraçou os presos, lavou os pés deles e disse que ninguém está perdido para sempre. Odeio-te porque em Lampedusa choraste pelos migrantes mortos no mar. Porque você jogou flores na água como quem pede perdão por tudo o que não fizemos. Eu te odeio porque você disse que o Mediterrâneo virou um cemitério, e isso nos doeu. Eu te odeio porque você nunca desistiu. Porque com 88 anos de cadeira de rodas, você continuava viajando, falando, amando, denunciando. Eu te odeio porque você fez mais com um pulmão só que muitos com o corpo inteiro. Odeio-te porque nomeaste cardeais das margens: dos bairros, da África, da Ásia, da periferia. Porque você nos disse de novo que o centro fica nas margens. E odeio-te porque viraste o mapa para nós. Odeio você porque arregaçou as mangas no Synod e ouviu mais do que falou. Porque você não teve medo de abrir debates, nem que a Igreja se pareça com o povo de Deus, com suas dúvidas, suas buscas, suas feridas. Eu te odeio porque você foi a lugares onde ninguém ia. Porque você foi o primeiro Papa a pisar o Iraque. Porque nas Filipinas você reuniu a maior multidão da história, e não foi por você, foi pela esperança que você carregou. Odeio-te porque falaste no Capitólio dos EUA e lembraste-lhes que os imigrantes também têm rosto e nome. Porque na ONU você não falou de geopolítica, falou de humanidade. Porque quando você dizia “não à guerra”, eu sentia que você estava falando comigo, não com os líderes, mas com o cara comum que já se tinha resignado. Odeio-te, Francisco, porque me fizeste acreditar de novo que a Igreja pode parecer-se com Jesus. Porque você nos mostrou que o poder, se não serve, não serve para nada. Porque você nos deixou uma igreja com cheiro de evangelho, não de naftalina. Odeio-te porque sorrias com os olhos. E isso desarma qualquer um. Porque no meio da lama, no meio de tanta miséria e tanto medo, Você achava ternura. E isso… isso também salva. Odeio-te, Francisco. Porque abraçaste os gays. à comunidade LGTB, aqueles que sempre foram deixados de lado. Porque quando todos lhes viravam as costas, Você abriu os braços. E você não perguntou como eles viviam. Perguntou se eles sabiam que eram amados por Deus. Odeio-te, Francisco… porque você se fez amar com uma força brutal, daquelas que você não esquece. Porque você nos mostrou que o amor verdadeiro incomoda, desinstala, exige. Eu te odeio porque sua morte não é ausência, é desafio. Odeio você porque agora você se tornou semente. E as sementes, Francisco, já sabemos o que fazem: se enterram, doem, desaparecem… E depois rebentam em vida. Agora odeio-te, Francisco. porque eu não posso mais olhar o mundo sem me perguntar O que você faria se estivesse aqui? E o pior, Francisco… é que você me deixou com a resposta. Colunista Colaborador – Chili Obando
ARTIGO – MENSAGEM AO PAPA FRANCISCO
Querido Papa Francisco, Nós, integrantes do Movimento das Famílias de Padres Casados do Brasil – MFPC, acompanhamos de coração partido os momentos de sua partida. Esperávamos tanto a sua recuperação, para ficar conosco mais alguns anos… Mas, chegou a sua hora. Mesmo sabendo pela fé que “desfeita a habitação terrestre, nos é dada no céu uma morada eterna”, somos tomados por sentimentos de perda e de saudade. Conforta-nos as manifestações de carinho e de respeito de pessoas do mundo inteiro bendizendo o seu serviço fraterno como Papa da nossa Igreja e como líder mundial. Que bonito! Todos reconhecem o exemplo de sua simplicidade. Seu cuidado com a natureza, nossa mãe comum. Sua dedicação aos pobres, aos marginalizados, aos refugiados, aos homossexuais e a todos os rejeitados da sociedade. Sua obstinação pela paz. Sua visão de Igreja como “hospital de campanha”. Seus esforços pela promoção das mulheres. Sua capacidade de diálogo, inclusive com seus opositores. Seus gestos de beijar, abraçar, acenar, sorrir, se emocionar e abençoar. Tudo isso ficará marcado como seu carinhoso legado de Pastor. Assim se revelou sua forma de evangelizar. De priorizar os valores fundamentais do Evangelho. Nesses tempos de comunicação tão difícil, conforta-nos constatar que muitos se deixam influenciar por suas atitudes. Identificam a mensagem de Jesus em sua vida. Nós também, como padres casados, juntamente com nossas queridas esposas, filhas e filhos, o temos como guia. Bendizemos o seu pastoreio. A seu exemplo, nos propomos a construir uma Igreja mais inclusiva, doméstica, com uma espiritualidade a partir da vida, expressa em gestos concretos e compromissos com a justiça. A valorização da mulher, inclusive com o acesso até ao ministério sacerdotal mereceu sua atenção e esforços. Pouco se conseguiu, o que é lamentável. Como família, vivenciamos em nossos lares a importância e o valor das mulheres. Lamentamos tamanha discriminação, inclusive na estrutura eclesiástica, reforçada pela persistência do clericalismo, conforme suas palavras, “uma peste na Igreja”. Com muita esperança, rezamos para que seu sucessor se comprometa a realizar os seus sonhos e nos consolide em Povo de Deus, segundo a inspiração do Concílio Vaticano II. Com carinho e ternura, recomendamo-nos à sua proteção para que nos proteja e guarde. Amém. Brasília, 28 de abril de 2025. Movimento das Famílias de Padres Casados