NOVA IA – Seja bem-vindo, DeepSeek

Com inteligência, criadores da IA chinesa driblaram a força bruta dos EUA. E compartilharam o que produziram! Falta o mais difícil: criar relações sociais que tornem a tecnologia companheira, e não algoz. Mas vale aplaudir o passo dado… Agora, todos já sabem. A DeepSeek, uma empresa chinesa de inteligência artificial (IA), lançou um modelo chamado R11, que é comparável em capacidade aos melhores modelos de empresas como OpenAI, Anthropic e Meta, mas foi treinado a um custo radicalmente mais baixo e usando chips de GPU inferiores ao estado da arte. A DeepSeek também tornou públicos detalhes suficientes do modelo para que outros possam executá-lo em seus próprios computadores sem custos. A DeepSeek é um torpedo que atingiu abaixo da linha d’água as chamadas “Sete Magníficas” empresas de tecnologia dos EUA. A DeepSeek não usou os chips e softwares mais recentes e avançados da Nvidia; e não precisou de gastos astronômicos para treinar seu modelo de IA, ao contrário de suas concorrentes americanas; e ainda assim oferece um número semelhante de aplicações úteis. A DeepSeek construiu seu modelo R1 com chips mais antigos e mais lentos da Nvidia, aqueles cuja exportação para a China foi permitida pelas sanções dos EUA. O governo dos EUA e os gigantes da tecnologia acreditavam ter um monopólio no desenvolvimento de IA devido aos enormes custos envolvidos na fabricação de chips melhores e modelos de IA mais avançados. Mas agora o R1 da DeepSeek sugere que empresas com menos recursos financeiros poderão, em breve, operar modelos de IA competitivos. O R1 pode ser usado com um orçamento reduzido e muito menos poder computacional. Além disso, o R1 é tão eficiente quanto seus concorrentes na “inferência”, o jargão da IA para descrever o processo em que os usuários fazem perguntas ao modelo e obtêm respostas. E ele pode rodar em servidores de diversas empresas, eliminando a necessidade de pagar preços exorbitantes para alugar infraestrutura de empresas como a OpenAI. O mais importante é que o R1 da DeepSeek é “código aberto”, ou seja, seus métodos de codificação e treinamento estão disponíveis para que qualquer um possa copiar e desenvolver. Isso representa um golpe significativo nos segredos “proprietários” que OpenAI e o Gemini do Google mantêm em uma “caixa preta” para maximizar seus lucros. A analogia aqui é com a indústria farmacêutica, quando se compara medicamentos de marca e genéricos. A grande questão para as empresas de IA dos EUA e seus investidores é que pode não ser necessário construir imensos centros de dados repletos de chips caríssimos para alcançar resultados suficientemente bem-sucedidos. Até agora, as empresas americanas vinham aumentando massivamente seus planos de gastos e tentando captar bilhões para esse fim. De fato, na mesma segunda-feira em que o R1 da DeepSeek foi anunciado, a Meta revelou um novo investimento de US$ 65 bilhões, e poucos dias antes, o presidente Trump anunciou subsídios governamentais de US$ 500 bilhões para os gigantes da tecnologia como parte do chamado projeto Stargate. Ironicamente, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, disse que estava investindo porque “Queremos que os EUA definam o padrão global de IA, e não a China.” Oh, querido… Agora, os investidores estão preocupados de que esses gastos sejam desnecessários e, mais do que isso, que afetem a lucratividade das empresas americanas, caso a DeepSeek consiga oferecer aplicações de IA a um décimo do custo. Cinco das maiores ações de tecnologia focadas em IA — a fabricante de chips Nvidia e os chamados “hiperescalares” Alphabet, Amazon, Microsoft e Meta Platforms — perderam coletivamente quase US$ 750 bilhões em valor de mercado em um único dia. Além disso, a DeepSeek ameaça os lucros das empresas de data centers e das operadoras de água e energia que esperavam se beneficiar da grande ‘expansão’ promovida pelas Sete Magníficas. O boom do mercado de ações dos EUA está fortemente concentrado nessas empresas. Fonte: Site OUTRAS PALAVRAS Matéria Completa: Acesse Aqui

ECOTEOLOGIA PARTE 3- UNIDADE 1- INTER-RELAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ECOAMBIENTAIS DAS RELIGIÕES

4.O COMPROMISSO DAS IGREJAS CRISTÃS COM A JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes.” (Albert Schweitzer, Prêmio Nobel da Paz, 1952) Todos nós sabemos da importância socioambiental para a sobrevivência do planeta. Por séculos o ser humano retirou da terra tudo o que precisou para seu sustento, e ainda o faz com grande ferocidade – sem generalizar, pois há quem ainda cuide da terra, adubando e plantando para seu sustento e dos demais. Igrejas de diversas denominações religiosas sabem da urgente necessidade do cuidado com o planeta Terra, que se encontra com seus recursos naturais superexplorados e, em alguns lugares, já esgotados. O cristianismo reconhece a tensão existente entre a responsabilidade da humanidade no que diz respeito ao cuidar da criação de Deus e a tendência humana de rebelar-se contra Deus. Várias igrejas cristãs, nas últimas décadas, revisaram seus ensinamentos e práticas à luz da crise ambiental. (FRANKY; AGUIRRE, 2016, p. 129) O líder religioso da Igreja Católica, Papa Francisco, escreve na Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum, que é urgente refletir, dialogar e buscar soluções para a crise ecológica em que vivemos. Devido ao grande crescimento da população, o ambiente natural está perdendo espaço; o ritmo de consumo, desperdício e alterações do meio ambiente superou as possibilidades do planeta. O estilo de vida atual é insustentável. Durante o Encontro Internacional de Oração pela Paz, organizado em Roma pela Comunidade de Santo Egídio, no dia 20 de outubro de 2020, Bartolomeu I envia mensagens para os ilustres representantes das grandes religiões do mundo. Em sua carta, o bispo ortodoxo atenta que devemos cuidar da nossa casa comum, ou seja, salvar e proteger o ecossistema da terra. Reforça que os quatro elementos naturais – ar, água, fogo e terra – são fundamentais para o desenvolvimento harmonioso da vida e o futuro normal do mundo. O Papa Francisco menciona na Laudato Si que o ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto. Não podemos enfrentar a degradação ambiental se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social. É fundamental buscar soluções integrais para os sistemas naturais e sociais. A melhor maneira de colocar o ser humano no seu lugar e acabar com a sua pretensão de ser dominador absoluto da terra é propor a figura de um Pai Criador e único dono do mundo. Hoje, a Igreja não diz de forma simplista que as outras criaturas estão totalmente subordinadas ao bem do ser humano. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo, para combater o aquecimento global ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou o acentuam. A maior parte dos habitantes do planeta declara-se crente, e isso deveria levar as religiões a estabelecerem diálogo entre si, visando ao cuidado da natureza, à defesa dos pobres e à construção de uma trama de respeito e de fraternidade. Dentro do mosaico do pluralismo religioso há uma importante tarefa para a tradição judeu-cristã de dar um giro paradigmático, para ser coerente com o cuidado da Criação. Daí que escrutinar o Apocalipse e interpretar adequadamente as Sagradas Escrituras deve ser um dos principais exercícios para que se estruture uma ecoteologia cristã, pertinente ao mundo de hoje. (FRANKY; AGUIRRE, 2016, p. 133) O cuidado do meio ambiente faz parte da missão da Igreja Metodista, que teve definido o ano de 2019 como um tempo para pensar o cuidado com o meio ambiente, com o tema “Discípulas e discípulos nos caminhos da missão cuidam do meio ambiente”. Esse tema propõe, como uma das sugestões de ação, o desenvolvimento de um programa de educa- ção ambiental que contemple assuntos como consumo consciente, uso racional da água e da energia, combate à poluição, tratamento adequado do lixo e alimentação saudável. A Igreja Anglicana foi fundada na Inglaterra em 1534, por meio do Rei Henrique VIII, que rompeu com a Igreja Romana e sua dominação papal. Assim como a Igreja Católica, segue as Sagradas Escrituras e pratica os sacramentos do Batismo e da Eucaristia. No início do ano de 2019, a Rede Ambiental da Comunhão Anglicana (ACEN – Anglican Communion Environmental Network) solicitou a todos anglicanos do mundo que utilizassem menos plásticos na Quaresma, com a intenção de proteger o meio ambiente. A coordenadora ambiental da Igreja Anglicana do Sul da África, Cônega Rachel Mash, disse que por volta de 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. “Nós produzimos aproximadamente 300 milhões de toneladas de plástico todos os anos, e metade disto é descartável”, informou. “Mundialmente, apenas 10 a 13 por cento de itens plásticos são reciclados” (PARÓQUIA DE SÃO JOÃO, 2019, [n. p.]). Os anglicanos realizaram algumas atividades, dentre elas as seguintes: caminhada de oração/caminhada em meio a Covid-19; Dia Mundial dos Animais; Dia Mundial de Oração pela Criação; Serviço Ecumênico Juvenil (ACNS, 2020). No dia 31 de agosto de 2017, em Astana, no Cazaquistão, os líderes religiosos muçulmanos, cristãos e judeus participaram do Encontro inter-religioso “Juntos pelo cuidado da nossa casa comum”, organizado no âmbito da Expo 2017. Nessa ocasião, fizeram uma declaração comum acerca da defesa do ambiente. Durante o evento, o cardeal Peter Turkson, presidente do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, frisou que todos os cristãos devem agir em relação às alterações que o planeta Terra sofre com a utilização indevida dos seus recursos naturais. É dever de cada instituição religiosa trabalhar com uma educação que proteja e preserve as riquezas e seus recursos naturais, levando os fiéis a refletir a respeito dos valores comuns e da relação do homem com o meio ambiente. Cristãos do mundo inteiro estão se unindo para a preservação do meio ambiente. Devemos cuidar da nossa Casa comum, em toda sua plenitude, pois ela é um dom de Deus e precisa ser tratada com muito zelo, louvor e respeito.   Fonte: Blog Frei

ECOTEOLOGIA PARTE 2- UNIDADE 1 – INTER-RELAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ECOAMBIENTAIS DAS RELIGIÕES

2. RELIGIÕES DO ORIENTE E O MEIO-AMBIENTE – O MUNDO COMO ÍCONE DE DEUS Dando continuidade à nossa reflexão, queremos sintetizar o pensamento da Espiritualidade Oriental Antiga a respeito da natureza e, assim, ver o mundo como um sacramento a ser contemplado. Seria uma ousadia chamar os Padres da Igreja primitiva oriental (não estamos falando de sacerdotes, mas de pais do pensamento primitivo) de ecologistas, pois eles não fazem uma admiração estética da natureza, mas querem mostrar outra realidade mais profunda que inspira; o mundo tem que ser o lugar de constante recordação de Deus e essa afirmação é uma categoria mística essencial. São Basílio Magno dizia que “o criado é impregnado de Beleza”, um imenso ícone da Beleza de Deus, e a natureza é sinal dessa realidade, dessa percepção profunda. 2.1. A VISÃO OTIMISTA DO MUNDO A prece na tradição cristã antiga passa também pela contemplação da natureza, não apenas como um sentimento romântico; trata-se de fato de uma paixão. É saber ver. Diz São Basílio: “O Senhor não serve de olhos para contemplar a Beleza da sua Obra, mas nós precisamos de olhos para admirá-la. A beleza é a base da obra criadora”. Para os Padres Gregos a criação é Deus ornando o caos. O cosmo é encontro da ordem, ornamento e harmonia. Deus cria dando forma ao informe. O mundo é um resultado de alguém que olha segundo o modelo de ser, fazer, criar. O Senhor cria, cuida e conduz. Idolatria seria afastar-se de Deus, seria esquecer o mundo em sua multiplicidade, ordem e ritmo. O mundo deve ser a recordação constante desse contato com o divino. As coisas criadas são feitas para evocar isso. Elas são um intercâmbio: humano-natureza-comunhão com o Sagrado. O ser humano se torna pessoa enquanto é relação com a totalidade, e se tem relação com as coisas deve ter também uma íntima relação com Absoluto. Essa relação humano-mundo e humano-Deus é bastante nutrida pela natureza, porque o mundo representa um espetáculo, um convite do Senhor para colocar o Humano em comunhão com Ele ao ver sua obra. Aqui está o ponto central da teologia e espiritualidade antigas no que se refere ao criado: a sacralidade do mundo, a contemplação religiosa da criação. A natureza é um livro aberto para conhecer Deus e o seu plano de Amor. O ato criativo de Deus é contínuo, mas o ponto forte é que Deus cria encarnando-se. O Verbo se fez carne e impregnou a paisagem humana da Boa Nova. É preciso ver com alegria o Verbo em todas as coisas, pois Ele completa o plano salvífico global do Pai, por isso é preciso reconhecer e agradecer. O Verbo é o sentido eucarístico do mundo. Na Espiritualidade Patrística a visão otimista do mundo tem uma justificação soteriológica: a matéria toda é assumida pelo Verbo para operar de um modo completo a nossa salvação: “Não cessarei de levar minha veneração à Matéria através da qual se operou a minha salvação”, escreveu São João Damasceno (MAZZUCO FILHO, 1992, p. 375). 2.2. A VISÃO SACRAMENTAL DO MUNDO Os Padres se voltam à Bíblia para sustentar a sua visão otimista sacramental do mundo, e precisamente a Gn 1, 10: “E Deus viu que era bom”. Os exegetas da patrística interpretam esse trecho lembrando que Bom se refere à utilidade das coisas para o ser humano, enquanto o Belo exprime a alegria fecunda e emergente da própria criação. Os Padres citam frequentemente essa expressão bíblica para afirmar a bondade e a beleza do universo. A bondade e a beleza do mundo derivam da sabedoria de Deus, criador de tudo aquilo que é. Todo criado é revestido dessa realidade, afirma São Basílio: “assim como a água impregna de sua vitalidade uma planta, dando-lhe a possibilidade de revestir-se de cores” (apud MAZZUCO FILHO, 1992, p. 376). Os Padres tendem a ver o mundo como uma “teofania” de Deus, uma espécie de sacramento de sua Presença e da sua Beleza. Trata-se de uma verdadeira e própria “cosmologia sacramental”. Todo o mundo é sagrado, porque manifesta o início da encarnação dos Logos Divinos: O Mundo é uma coisa boa e tudo nele está colocado em ordem com sabedoria e arte. Tudo, portanto, é obra do Verbo vivente e substancial, porque o Verbo é Deus. É dotado de livre vontade porque é vivente, tem o poder de fazer tudo o que escolhe para realizar, e escolhe somente o que é bom e sábio e tudo o que traz o sinal da perfeição. (apud MAZZUCO FILHO, 1992, p. 376) O grande mestre do “Sacramentalismo cosmológico” é Orígenes. Para ele o mundo é um mistério, isto é, um sacramento. Mistério é Deus mesmo e tudo o que saiu dele através dos Logos. O mundo é feito de sinais significantes que precisam ser lidos para se chegar àquEle que significam. É preciso ter percepção do mistério. “Recordamos que tudo é pleno de mistério”, diz Orígenes, e escreve também: “Tudo o que se alcança, se alcança através do mistério”, pois somente pela graça do Espírito é que nós podemos fazer essa leitura (apud MAZZUCO FILHO, 1992, p. 376). Máximo, o confessor, diz: “O fogo inefável e prodigioso escondido na essência das coisas como esteve na sarça ardente, é o fogo do Amor Divino e o esplendor fulgurante da sua Beleza dentro de todas as coisas”. Esse fogo Divino é revelado somente pelo Fogo do Espírito, que leva o mundo a ser contemplado como o grande ícone da Beleza de Deus (apud MAZZUCO FILHO, 1992, p. 376).   Fonte: Blog Frei Vitório Matéria Completa: Acesse Aqui

ECOTEOLOGIA PARTE 1- UNIDADE 1- INTER-RELAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ECOAMBIENTAIS DAS RELIGIÕES

INTRODUÇÃO: A dimensão religiosa da existência nos leva ao centro da existência sem perder o seu eixo fundamental e necessário: na vida tudo está ligado, religado, interligado e numa conexão profunda com o Ser original e originante que faz a vida acontecer em sua plenitude. Tudo o que se move é movido por uma força maior. Todas as religiões procuram explicar o fenômeno das intervenções de Deus na história, e de um modo especial veem a criação como o espelho mais transparente que revela o amor e o bem. Deus e o seu grande amor por todo o criado é a manifestação mais evidente de que somos cuidados por um Ser Superior que se dá através de suas obras. No primeiro item desta unidade vamos mostrar, sob o olhar da transcendência, o que a espiritualidade, a religião e a teologia espiritual podem fundamentar quanto a relação que existe entre a experiência religiosa e a questão ambiental. Desde as religiões mais primitivas com a sua expressiva riqueza de ritos e cultos, a prioridade sempre foi destacar elementos da natureza para fazer a relação entre céu e terra. Em tudo uma manifestação do sagrado em momentos, elementos, tempo e espaço para o encontro com a divindade. No segundo item a cultura religiosa do oriente e o meio ambiente. A natureza não é vista apenas na perspectiva da matéria, mas sob o olhar contemplativo. Contemplar é fazer de cada lugar um templo, estar junto com o espaço sagrado; por isso o mundo é visto como um ícone de Deus. Há uma alegre visão de mundo porque a matéria é sagrada, e a natureza é um livro aberto para conhecer o modo como Deus ama. No terceiro item queremos mostrar que a criação em si comporta um conceito teológico: o sentido da vida vem do Criador que dá origem a vida e isto é uma questão que está na experiência de fé. O Criador quis ter uma morada física sobre a terra, faz parte de seu projeto ser encontrado no mundo de todas as coisas. No item quarto destacamos o compromisso das igrejas cristãs com a questão ambiental. Não basta apenas celebrar, é preciso cuidar. É preciso tratar, discutir e denunciar de um modo profético a degradação ambiental, mudar o estilo de vida, de produção e de consumo. A maior parte dos habitantes da terra declara-se pertencente a uma tradição religiosa, mas do que adianta isso se os que creem e as religiões não se unirem para o cuidado da natureza? 1. INTER-RELAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ECOAMBIENTAIS DAS RELIGIÕES Religião, evolução e espiritualidade estão presentes na criação e têm grande importância para elucidar o sentido da vida e a verdade de todos os seres. Desde as experiências mais primitivas e tribais do ser humano, o natural e o sobrenatural se encontram na beleza dos ritos. Do Oriente ao Ocidente, a questão ambiental não passa despercebida nos caminhos de crença e fé. O mundo bíblico enriquece o conceito teológico da criação como obra proveniente do Ser que nos faz ser. Das experiências religiosas mais ancestrais até o cristianismo, o cuidado pela natureza e a questão socioambiental apareceram como conscientização e práticas concretas. É do que vamos tratar nesta unidade.   Fonte: Blog Frei Vitório Matéria Completa: Acesse Aqui

ARTIGO – A LIBERDADE DOS PÁSSAROS

Foi uma notícia interessante. (SVM, 27.01-25). No Parque Nacional de Ubajara, Ce. Soltaram um bando de periquitos Cara Sujas. Vejo este fato como um símbolo da liberdade. Este tipo de periquito está em extinção. Os que foram soltos serão os povoadores do Parque. Vieram de Baturité. Há mais de 100 anos deixaram de existir em Ubajara. Retornaram e começam com um voo tímido. Mede 23 centímetros de comprimento e pesa cerca de 63 gramas. Geralmente povoam as serras (WikiAves). As causas da extinção são: o tráfico de animais silvestres, são capturados em bandos, existem mais no cativeiro que em liberdade, além da destruição do seu habitat. São vendidos em feiras clandestinas. Seu nome científico é psitaciforme, ou, ave com peito cinza e cauda vermelha. O dia 27.01.2025. lembra o holocausto, a morte de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3 milhões de homens. O dia 27.01.45. é lembrado porque foram soltos neste dia os últimos prisioneiros do nazismo (Auschwitz 7.500 pessoas). O holocausto foi uma tentativa de extinção dos judeus e outros personagens consideradas sub raça. Holocausto significa todo queimado, ou Shoá, destruição. No texto “por que os pássaros cantam” afirmo que as vozes da natureza expressam a alegria e esta é a linguagem universal dos seres. O canto e voo dos cara-suja, a libertação dos prisioneiros do holocausto, ou do Hamas, são o grito de liberdade, que foi doada para a vida humana, para a natureza, contra todo extermínio, extinção da alegria universal dos seres. Os exterminadores perderam a inocência recebida e decidem a extinção da vida, da natureza, em nome da economia do mercado, esquecendo a economia solidária, a responsabilidade social, a liberdade.   Fortaleza, 27.01.2025 – Ozanir Martins Silva

ARTIGO – QUANDO UMA BISPA ENFRENTA DONALD TRUMP

O sermão de 14 minutos, proferido pela Bispa Mariann Budde na Catedral da Igreja Episcopal em Washington no dia 21/01 pp., na presença de Donald Trump, um dia após a inauguração deste como Presidente dos EEUU no Capitólio da mesma cidade, nestes dias ronda o mundo e já foi objeto de inumeráveis comentários. Mesmo assim, penso que vale a pena voltar nesse memorável sermão, cuja importância excede as condições concretas em que foi proferido, por nos lembrar alguns aspectos fundamentais do ser cristão. Penso que Trump foi à Catedral para agradecer a Deus sua vitória eleitoral. Mas ele teve de ouvir um sermão que não foi de agradecimento a Deus, mas tratou do tema da ‘união’. Se há uma terra, neste mundo, onde a união é fundamental e a divisão pode ser catastrófica, é a terra denominada, significativamente, de ‘Estados Unidos’. Não é por nada que o lema desse país seja E(x) pluribus unum (de muitos um). Formada, basicamente, por imigrantes de diversas regiões da Europa (A mãe de Trump, Mary Anne MacLeod, migrou em 1930 da Escócia aos EEUU), a nação necessita ficar unida, como Mariann Budde intuiu com rara perspicácia. Então, ela convidou os presentes a orar pela união do país. Eis, em resumo, o que ela disse: ‘Somos estrangeiros e estrangeiras, nesta terra de Deus, e nossa força provém de nossa união: ‘e pluribus unum’. Portanto, temos de combater narrativas de divisão. Em nossa frente, temos dois imperativos: o da misericórdia e o do reconhecimento da dignidade de qualquer pessoa humana, mesmo dos invisíveis e indesejados’. Palavras que, embora repletas de alusões a Donald Trump, não se dirigiam diretamente a ele. Mas, nos últimos minutos, Mariann Budde se dirigiu ao Presidente e disse: neste momento, muitas pessoas andam assustadas. Não são criminosos. Servem nos nossos restaurantes, carregam nossas mercadorias, trabalham em nossos frigoríficos, limpam nossas roças, recolhem nossas colheitas, cuidam de nossos negócios, constroem nossos prédios, vigiam nossas propriedades, fazem turnos noturnos em nossos hospitais. No dia seguinte, Trump se manifestou. Pediu que Mariann se desculpasse da falta de respeito. Ao que ela respondeu: Não vou pedir desculpas por falar em misericórdia. Essa cena me transporta a um episódio dos evangelhos. Quando Jesus cinge uma toalha e passa a lavar os pés dos apóstolos, Pedro fica com ar carrancudo e fechado, exatamente a cara de Trump ao escutar as palavras de Mariann.   Jesus lava os pés de Pedro.   Aqui, Jesus pratica uma Umwertung aller Werte (Nietzsche), uma ‘subversão de todos os valores’. Ter misericórdia com ‘pecadores’, dignificar rejeitados e ‘irregulares’, eis o espírito de Jesus, que lava os pés de seus discípulos, com espanto geral. &&&& Dá para cavar mais e refletir sobre o teor categórico de falas, atitudes e decisões de Donald Trump, que muitos admiram. Aqui estamos diante de uma questão em cima da qual os filósofos se debruçam desde séculos: nas afirmações categóricas costumam entrar imperativos não éticos, embora comumente revestidos de moralidade, como são, por exemplo: interesses pessoais, vantagens financeiras, luta pelo poder e exercício do poder, opção por modelos autoritários, ou simplesmente acomodação com situações injustas existentes. A dificuldade consiste no fato que, na maioria dos casos, esses discursos categóricos se apresentam como sendo informativos ou designativos, ou seja, pretendem expressar as coisas como elas são efetivamente. Eis o engodo. Discursos aparentemente designativos podem ocultar o que se pretende efetivamente: emitir uma ordem, expressar um desejo, um sentimento, uma imaginação, um sonho, um projeto, um cálculo, etc. São discursos que não revelam, mas ocultam, contêm intencionalidades não confessas, procuram exercer um domínio sobre as mentes humanas, com a finalidade de fazer passar determinados posicionamentos, formar consensos, enfim, enganar as pessoas. Não é difícil constatar que a maioria dos discursos, hoje emitidos por poderes políticos e econômicos, serve para justificar imperativos não éticos. Isso cria uma situação dramática, que todos e todas podemos observar diariamente. As pessoas, em sua maioria, acabam se metendo num labirinto de palavras tão intricado, que elas não encontram mais a saída. Elas se parecem com aquelas moscas que voam para cá e para lá dentro de uma garrafa aberta. A boca da garrafa está aberta, ou seja, há saída. Mas as pessoas não a encontram, de tão confusas e desorientadas, tão desacostumadas a refletir. Elas costumam, desde muito, entregar sua inteligência ao ‘Jornal Nacional’ da TV Globo, às manchetes da revista Veja ou à Folha de São Paulo. Desse modo mal escapam ao bombardeio diário de Fake News (mentiras), que hoje toma conta dos noticiários. Eis uma situação que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman qualificou de ‘líquida’. Não há mais verdade, só há notícias. Fico pensando: como é que esse tema da complexidade cognitiva ficou por tanto tempo fora das cogitações de eminentes filósofos clássicos da tradição ocidental, como Aristóteles e Agostinho? Como é que eles não alertaram com o devido vigor diante dos perigos de uma cognição pervertida? Mesmo muitos filósofos modernos parecem omissos nesse ponto, ao dar a impressão de confiar demais em ‘informações’. Quem contempla o atual cenário do universo cognitivo, verifica com espanto quão facilmente as pessoas se deixam prender nas redes de discursos enganosos. Como já dizia Maquiavelli, as pessoas costumam ficar indefesas (ele fala até em ‘disponíveis’) diante de enunciados emanados de fontes que lhes parecem confiáveis. Voltaire ainda acrescentou: mentez, mentez toujours: il en restera toujours quelque chose (mintam, mintam sempre: algo há de ficar). E Goebbels, ministro da informação do governo nazista, nos anos 1930, completou: uma mentira repetida mil vezes se torna verdade. Afinal, tivemos de esperar a revolução linguística do século XX para ver aparecer uma geração de filósofos disposta a encarar de frente a questão cognitiva e se propor a premunir as pessoas contra palavras enganosas, esclarecer a perversidade de determinados usos da linguagem e precaver diante de palavras pretensamente designativas. Não é por acaso que um dos analistas políticos mais argutos de nossos dias seja Noam Chomsky, um linguista. Nem falo em Slavoj Zizek, Bakhtin, Ricoeur, Bourdieu e outros. Esses filósofos linguistas nos

ECONOMIA – Inflação de alimentos: especialista explica as causas; elevar juros não adianta

Além dos fatores conjunturais, o país tem uma questão estrutural, a internacionalização da sua agricultura, que afeta até mesmo produtos que não estão na pauta de exportação e importação; entenda A inflação de alimentos no Brasil continua no centro das atenções. O governo federal tem estudado medidas para amenizar o impacto, em especial para as famílias mais pobres. Mas, para o diretor do Instituto Fome Zero, José Giacomo Baccarin, embora existam fatores conjunturais na recente elevação de preços, o problema é outro. Também professor livre docente do Departamento de Economia, Administração e Educação, da Unesp, Baccarin destaca que não se trata de um cenário novo: entre 2007 e 2023, a média anual do IPCA ficou de 5,8%, enquanto o Índice de Preços de Alimentação e Bebidas (IPAB), um dos nove grupos que integra o IPCA, chegou a 7,8%. Neste período, em apenas quatro anos (2009, 2017, 2021 e 2023), a inflação oficial superou a de alimentos, sendo que, em 2021, isso só aconteceu por conta da elevação dos preços dos combustíveis: a gasolina subiu 47,49% e o gás de botijão, 36,99%. O professor da Unesp falou sobre o tema em uma live na TV Economista que discutiu a relação entre a internacionalização da agricultura e os impactos na inflação de alimentos no Brasil. E a participação do Brasil no mercado internacional está na raiz da elevação de preços, segundo ele. A internacionalização da agricultura brasileira se intensificou a partir da década de 1990 e ganhou ainda mais força no século 21, fazendo do Brasil um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo. Esse cenário traz impactos diretos para os preços internos, especialmente para os consumidores mais pobres. Enquanto a média nacional de gastos com alimentação gira em torno de 18% a 19% da renda, para as famílias de baixa renda esse percentual pode chegar entre 30% e 40%, detalha Baccarin. Fonte: Site Revista Fórum Matéria Completa: Acesse Aqui