COP29 – Brasil denunciado por colocar lobistas do agronegócio na delegação oficial
De Baku, Azerbaijão — Depois de fazer um detalhado levantamento sobre os 66 mil inscritos na COP29, o site ambientalista De Smog concluiu: “Lobistas da carne, laticínios e pesticidas retornam em grande número à Cúpula do Clima”. De acordo com a pesquisa, o Brasil foi o campeão dos lobistas, com 35, inclusive representantes da JBS, BRF, Marfrig e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes. De fato, o estande do Brasil na COP29 deu grande protagonismo ao agronegócio, com o argumento de que o país pode alimentar o mundo sem contribuir com a emergência climática. A Bayer, uma das maiores fabricantes de pesticidas do mundo, trouxe dez representantes a Baku. A brasileira JBS, três. Com acesso às negociações – Este ano, segundo a De Smog, quase 40% dos 204 lobistas vieram a Baku com credenciamento das delegações oficiais, dando a eles acesso inusitado às negociações foram apenas 5% na COP27. Fonte: Site Revista Fórum Matéria Completa: Acesse Aqui
ECONOMIA – Por que o Brasil continua dando o capim dos pobres para o bode gordo do empresariado
A conta chegou rápido. Encurralado pela necessidade de manter programas sociais e despesas obrigatórias, o governo passou a sofrer pressão do mercado financeiro para cortar gastos e zerar o déficit fiscal em 2025. No segundo semestre do ano passado, o governo federal enfrentou — e perdeu — uma dura batalha no Congresso Nacional. Na pauta, os incentivos fiscais concedidos a título de desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. A desoneração permite que empresas desses setores substituam a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por alíquotas que variam de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, com o objetivo de reduzir encargos trabalhistas e estimular a contratação de mão de obra. Aprovado na Câmara por 430 votos contra apenas 17, o projeto foi integralmente vetado pelo governo. Porém, no fim do ano, o Congresso derrubou o veto e manteve o privilégio. Foi uma das maiores derrotas impostas ao ministro Fernando Haddad e ao governo Lula desde a posse, em 2022. A conta chegou rápido. Encurralado pela necessidade de manter programas sociais e despesas obrigatórias, o governo passou a sofrer pressão do mercado financeiro para cortar gastos e zerar o déficit fiscal em 2025. Em uma tradução livre, o que os especuladores e banqueiros passaram a exigir do governo foi um enxugamento drástico dos investimentos nas áreas mais sensíveis do país — o dinheiro destinado às subvenções sociais para matar a fome dos miseráveis. Haddad reagiu divulgando a lista das empresas que recebem incentivos fiscais e podem se dar ao luxo de pagar menos impostos e contribuições do que os demais brasileiros. A lista divulgada expõe uma relação acintosa e perniciosa de mega conglomerados que se valem da concessão de renúncias fiscais bilionárias para auferir lucros pornográficos. Basta uma análise rápida dessa lista e uma comparação com os dados dos balanços dessas empresas para entender que o governo engorda o gado dos mais ricos e privilegiados, enquanto estes o pressionam para tirar ainda mais dos pobres e remediados. Os números dos privilégios concedidos já falam por si. Mas quando se comparam os benefícios concedidos e o lucro auferido, é possível enxergar o tamanho da distorção. A empresa que mais se beneficiou de incentivos fiscais no ano passado foi a BRF S.A., fruto da fusão da Sadia com a Perdigão. A companhia deixou de recolher R$ 488 milhões em 2023. A empresa vinha acumulando prejuízos há mais de dois anos. No terceiro trimestre de 2024, no entanto, o mercado celebrou a divulgação do balanço parcial, com um lucro apontado de R$ 1,1 bilhão. Como a empresa já havia feito uso de meio bilhão de reais em renúncias fiscais, é lícito supor que o contribuinte brasileiro pagou o caviar da festa dos acionistas da companhia. Todas as demais empresas que compõem o ranking das que mais receberam subsídios do governo federal tiveram lucros. A somatória dos resultados dessas companhias aponta um lucro líquido de R$ 11,65 bilhões em 2023. Fonte: Site ICL Notícias Matéria Completa: Acesse Aqui