Os Palestrantes foram os colegas:
Eduardo Hornaert, de Salvador, BA, historiador e estudioso das Origens do Cristianismo, que nos falou do Sacerdócio Corporativo, poder organizado em casta superior, autorreferencial e dona do sagrado e da verdade, que não foi, com certeza o Projeto de Jesus para Sua Igreja que Ele propôs como uma comunidade de irmãos empenhados, juntos, na construção do Reino de Deus, entendido como um mundo de justiça, igualdade, fraternidade e amor.
Francisco Salatiel, de Brasília, DF, biblista, falou-nos sobre a Reforma da Igreja Papa encetada por papa Francisco, com sua volta decidida ao Concílio Vaticano II, de governo sinodal, como Igreja em saída, rumos às periferias geográficas, sociais e existenciais, rumo aos pobres, aos marginalizados, aberta ao imenso problema dos milhões de imigrantes, e cheia de misericórdia. Que guarde , sim o depósito da doutrina, mas sempre
No final do Encontro, foi redigida, lida e aprovada com entusiasmo uma carta a ao Povo de Deus, a resumir (e reassumir) o espírito profético do MFPC.
O presidente do movimento afirmou:
«Percebe-se que o desejo do MFPC está em consonância como o que delineia o n.º 12 da Lumen Gentium»:
«O Povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo… A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Espírito Santo (cfr. 1 Jo. 2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis» (22), manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes.
Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela acção do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a direcção do sagrado magistério (…), adere indefectivelmente à fé, penetra-a mais profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida.
Além disso, este mesmo Espírito Santo … «distribui a cada um os seus dons como lhe apraz» (1 Cor 12, 11), distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas palavras: «a cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem comum» (1 Cor 12, 7).»
XXI ENCONTRO NACIONAL DO MFPC
Queridas Irmãs e queridos Irmãos.
Vivemos hoje sinais claros de uma pós-modernidade que afeta o mundo atual pela negação de saberes tradicionais, um consumismo avassalador, um sentimento de vazio, um hedonismo que faz do prazer a norma máxima do sentido da vida, um boom de novas religiões, que colocaram a pessoa humana à beira de um desastre total.
Pós–Modernidade não se apega a nada. Liberdade é a palavra de ordem, não importa que resultado possa ter. Estamos diante do que o sociólogo Baumam chamou de “modernidade líquida”. Tudo está em movimento.
Não temos certezas, menos ainda verdades. É neste contexto que o MFPC se reuniu em Brasília-DF, de 18 a 22 de janeiro de 2017, no seu XXI Encontro Nacional, para estudar, sentir e propor o tema “Renovação e Esperança”, como desafio a este contexto.
Nós, padres casados, nos propomos ir além de nós mesmos e de um modelo de sacerdócio corporativo, na direção de uma Igreja Reino de Deus, anunciada por Jesus de Nazaré, pela nossa imersão na comunidade, levados e guiados pelo amor, simplesmente pelo amor.
Reforçando os objetivos do MFPC e passando do dizer ao fazer, nos propomos:
“Renovação e Esperança” são as palavras de ordem que adotamos e dirigimos a todos, para que juntos reavivamos nossas esperanças e a coragem de seguirmos Jesus de Nazaré na construção do Reino de Deus, um mundo de justiça, igualdade, fraternidade e amor.
Fonte: Diretoria do MFPC