Jesus continua a morrer nas crianças assassinadas em família – 2

Bernardo i11 anos -  Assasinado

Bernardo, 11 anos, pediu ajuda ao Ministério Público antes de morrer

Menino Bernardo pediu ajuda por conta própria pedindo para não morar mais com o pai e a madrasta. Juiz chorou ao lembrar que o caso passou pelas mãos dele no processo movido pelo Ministério Público.Bernardo Boldrini, 11 anos, encontrado morto na última segunda-feira, chegou a procurar o Ministério Público por conta própria pedindo para não morar mais com o pai e a madrasta. E indicou duas famílias com as quais gostaria de ficar. Em janeiro, o menino esteve no MP de Três Passos, no Rio Grande do Sul, e relatou detalhes de sua rotina, marcada pela indiferença e pelo desamor na casa em que vivia. O pai, o médico Leandro Boldrini, 38 anos, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, 32, e uma terceira pessoa estão presos, acusados de participação na morte da criança.

O juiz da Vara da Infância e da Juventude do Fórum de Três Passos, Fernando Vieira dos Santos, 34 anos, chorou ao lembrar que o caso do menino passou pelas mãos dele no processo movido pelo Ministério Público do município. O garoto pediu ajuda ao Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, órgão ligado à prefeitura, e a queixa chegou ao MP, que a transformou em um processo. A ação acabou na mesa de Santos, que intimou as partes. Como não havia registro de violência física, o magistrado optou por tentar preservar os laços familiares, suspendendo o processo por 60 dias para dar chance de uma reaproximação.

A negligência afetiva em relação a Bernardo chegou ao conhecimento do MP em meados de novembro. Na ocasião, um expediente foi instaurado para apurar o caso. A promotora da Infância e da Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel de Oliveira, pediu informações a órgãos da rede de proteção, como o Conselho Tutelar e a escola em que o menino estudava, e fez levantamentos sobre parentes que poderiam assumir a guarda do menino.

No início do ano, Bernardo foi levado ao MP por um agente da rede de proteção. Apesar de ter negado sofrer maus-tratos e violência, disse que o pai era indiferente e que a madrasta implicava com ele. No fim de janeiro, a promotora ingressou com ação na Justiça pedindo que a guarda provisória fosse dada à avó materna, que mora em Santa Maria (RS). Desde então, nenhuma informação sobre problemas na relação familiar chegou ao MP.

Bernardo Uglione Boldrini desapareceu no dia 4 deste mês, em Três Passos. De acordo com o pai, ele teria ido a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta para comprar uma tevê. Na volta para Três Passos, o menino teria dito que passaria o fim de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai começou a procurá-lo na casa de amigos e acionou a polícia. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados em Três Passos, Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite da última segunda-feira, o corpo do menino foi encontrado na zona rural de Frederico Westphalen. O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, é médico e atua como cirurgião-geral no hospital do município. Ele também é proprietário da Clínica Cirúrgica Boldrini. Bernardo morava com o pai, a madrasta, e uma meia-irmã, de um ano — de quem relatou ser proibido de se aproximar. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal. Ele estudava no turno da manhã do Colégio Ipiranga, uma instituição particular. O ginásio do Colégio Ipiranga, onde Bernardo estudava, recebeu o velório do corpo do menino. Ele será sepultado no mesmo cemitério onde está enterrada a mãe, que morreu em 2010, em Santa Maria. Segundo a polícia, ela se suicidou dentro do consultório de Leandro, mas parentes ainda questionam a versão.

Diário de Pernambuco

 

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/04/bernardo-11-anos-pediu-ajuda-ao-ministerio-publico-antes-de-morrer.html

 

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Pai e madrasta são principais suspeitos de matar menino de 11 anos

 

As duas faces do casal suspeito de assassinar menino de 11 anos. Leandro Boldrini, 38 anos, e a companheira Graciele Ugulini, 32 anos, foram presos por suspeitas de matar o garoto Bernardo

Leandro Boldrini graciele ugulini
O casal Leandro Boldrini e Graciele Ugulini (Reprodução)

Para alguns, eles eram simpáticos, tranquilos e pacíficos. Para outros, na intimidade do lar, demonstravam agressividade e incômodo com a presença de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, encontrado morto em Frederico Westphalen na noite da última terça-feira. A aparente vida dupla que levava Leandro Boldrini, 38 anos, e Graciele Ugulini, 32 anos, será investigada pela Polícia Civil. O casal foi preso na noite de segunda-feira em Três Passos, onde morava com o garoto, por suspeitas de participação no assassinato.

– Jamais poderia passar pela cabeça da gente uma história dessas. Ela convivia conosco tranquilamente, era sorridente, de bem com a vida, tranquila, pacífica. Nunca teve algum incidente na escola. Que coisa absurda. Tenho filhas da mesma idade e elas brincavam juntas. É chocante, inacreditável, com letras maiúsculas. Não dá para entender o que passa pela cabeça para acontecer isso – diz a professora aposentada Elci Haas, 60 anos, de Santo Augusto, que acompanhou o crescimento de Graciele.

Mas para vizinhos e outras pessoas próximas ao casal, que pediram para não se identificar, a realidade era outra. Em casa, eles viviam discutindo e o motivo do desentendimento era a presença de Bernardo, fruto do casamento anterior de Leandro. Em 2010, a então mulher dele cometeu suicídio.

Logo depois disso, Graciele “adotou” Bernardo e passeava com o menino por Três Passos. Quando assumiu oficialmente o relacionamento com Leandro, ela teria mudado de postura. Na Primeira Comunhão da criança, por exemplo, nenhum dos dois estavam presentes.

Atual companheira de Leandro Boldrini, Graciele estudou Enfermagem na Unijuí, trabalhou em Porto Alegre e em uma área indígena no município de Redentora, noroeste do Estado. Tornou-se sócia dele na Clínica Cirúrgica Boldrini, em Três Passos, e companheira dele. Ambos têm um filho de 1 ano e três meses.

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Casal tem um filho de 1 ano e três meses

– Ela é uma mulher calma, meu Deus do céu. O Leandro também é calmíssimo, trabalha demais e não tempo para nada, nem nos finais de semana. A vida deles era dentro do hospital. Pelas atitudes dela, acho que não está envolvida. Eu não acredito, mas também não sei o que uma pessoa tem no pensamento. Esse menino (Bernardo) era um netinho para mim, vinha sempre na minha casa, me dava demais com ele – lamenta Plinio Ugulini, pai de Graciele.

Além do casal, uma terceira pessoa, amiga deles, foi presa. Em entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta terça-feira, a delegada Caroline Virgínia Bamberg disse não ter dúvidas do envolvimento dos três na morte. Segundo a jornalista Taline Schneider, natural de Três Passos e conhecida de Leandro, o comportamento do casal passou a ser motivo de suspeitas na cidade desde a morte da ex-mulher (mãe de Bernardo), por suicídio, dentro do consultório em que ele trabalhava:

– Nunca se falou nada de errado deles, até este episódio estranho. Na época foi um diz que diz e a comunidade ficou meio revoltada porque ele assumiu a nova mulher logo depois, como se nada tivesse acontecido. Recentemente, os comentários eram que o Bernardo sofria maus-tratos em casa.

O casal e a amiga Edelvania Wirganovicz, 40 anos, ainda não definiram um advogado de defesa, segundo a irmã de Graciele, Simone Ugolini.

O caso que abalou Três Passos

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no último dia 4, uma sexta-feira, em Três Passos. De acordo com o pai, ele teria ido à tarde a Frederico Westphalen com a madrasta para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado nas margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Leandro Boldrini é médico e atua como cirurgião-geral no hospital do município. Ele também é proprietário da Clínica Cirúrgica Boldrini. Bernardo morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano. Ele estudava no turno da manhã no Colégio Ipiranga, instituição particular.

Carlos Wagner e Mauricio Tonetto, Zero Hora

 

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/04/pai-e-madrasta-sao-principais-suspeitos-de-matar-menino-de-11-anos.html

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