MUNDO – Francisco, o profeta da teopatia. Artigo de Vito Mancuso

O termo teologia é inadequado para o pensamento e, eu diria,
também para a vida de Jorge Mario Bergoglio.

“Acredito que ele [Papa Francisco] foi o primeiro profeta a liderar a Igreja em dois mil anos de história. Não é coincidência o fato de ele ter sido o primeiro a adotar o nome do santo mais profético e mais irregular do calendário eclesiástico, Francisco de Assis, o louco que falava com lobos e pássaros e que desdenhava o poder e os poderosos”, escreve Vito Mancuso, teólogo italiano, em artigo publicado por La Stampa, 21-04-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O termo teologia é inadequado para o pensamento e, eu diria, também para a vida de Jorge Mario Bergoglio.

Em vez disso, outro termo precisa ser cunhado para ilustrar adequadamente o seu falar de Deus, seu representá-Lo, seu ser (para citar a famosa definição do Papa dada por Santa Catarina de Sena) “o doce Cristo na terra”. Este neologismo, não bonito, mas em minha opinião eficaz, é o seguinte: teopatia. Não teo-logia, mas teo-patia. Assim como se fala de simpatia e empatia para marcar a ressonância da emoção diante de outro ser humano ou de uma situação da vida, assim também, para o pensamento de Deus expresso pelo Papa Francisco em seus escritos e especialmente em sua vida, deve-se falar de teo-patia.

Ele não pensou Deus, ele o padeceu. Não foi a lógica, mas a paixão que constituiu o sinal de seu encontro com o Mistério do mundo capaz de produzir o Amor ao qual tradicionalmente nos referimos falando de Deus. Esse encontro apaixonado entre o Mistério, de um lado, e sua consciência e sentimentos, de outro, produziu no Papa Francisco tanto a doçura, o ímpeto e o entusiasmo quanto a indignação, o protesto e, às vezes, a raiva. Existe, de fato, um lado sombrio, um “Dark Side of the Moon”, como cantava o Pink Floyd, até mesmo na paixão por Deus.

Estou argumentando que Francisco não foi um teólogo (como foi Bento XVI), nem um pastor sábio (como João Paulo II), nem um intelectual penetrante e eventualmente hesitante (como Paulo VI), nem um legislador e diplomata (como Pio XII): não, Francisco foi um profeta.

Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos
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