MUNDO – Entidade palestina e Alemanha defendem investigação após Israel admitir “erro” na morte de paramédicos em Gaza

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS, na sigla em inglês) pediu nesta segunda-feira (7) uma investigação internacional independente sobre as mortes de 15 paramédicos, em 23 de março, atingidos por disparos israelenses durante uma intervenção para atender feridos perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O exército de Israel admitiu que seus soldados “cometeram erros” na abordagem das ambulâncias, de um carro da ONU e um caminhão de bombeiros da Defesa Civil palestina.

A reportagem é publicada por RFI, 07-04-2025.

“Pedimos ao mundo que estabeleça uma comissão internacional independente e imparcial para esclarecer as circunstâncias do assassinato deliberado de pessoal de ambulâncias na Faixa de Gaza”, disse o presidente da organização, Younis Al Khatib, a repórteres em Ramallah, na Cisjordânia ocupada. “Por que você escondeu os corpos?”, continuou Khatib, como se estivesse interrogando um soldado hebreu.

Os disparos israelenses mataram oito paramédicos do Crescente Vermelho Palestino, seis membros da agência de Defesa Civil de Gaza e um funcionário da agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Seus corpos foram encontrados enterrados perto de Rafah no que o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) descreveu como uma vala comum.

Inicialmente, o Exército de Israel afirmou que seus soldados “não atacaram aleatoriamente” nenhuma ambulância. Suas forças teriam disparado contra “terroristas”, que se aproximaram em veículos “suspeitos” na escuridão. Um porta-voz militar, o tenente-coronel Nadav Shoshani, disse que as tropas abriram fogo contra veículos que não tinham autorização prévia das autoridades israelenses e que estavam com as luzes apagadas.

Mas imagens de celular divulgadas no sábado (5), filmadas por um dos paramédicos que foi morto, mostraram que os veículos de resgate estavam com as luzes acesas, contrariamente às alegações de Israel.

A divulgação do vídeo obrigou o exército israelense a recuar e admitir que seus soldados haviam errado ao abrir fogo contra o grupo de socorro em emergências. Na noite de sábado, um oficial das forças de defesa israelenses (IDF) informou os jornalistas que os soldados haviam disparado anteriormente contra um carro com três membros do Hamas.

Questionado sobre o fato de os paramédicos terem sido enterrados em uma vala comum, e seus corpos cobertos com areia, o oficial israelense disse que foi para evitar que animais selvagens ou cachorros se alimentassem dos restos mortais dos 15 socorristas. Os veículos foram removidos do local, no dia seguinte, para liberar a estrada, acrescentou. O caso provocou uma onda de indignação de agências da ONU, ONGs internacionais de defesa dos direitos humanos e governos.

Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos
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