O outono vai de março a junho. É considerado o tempo da colheita. Lembro, de quando criança, no trabalho rural, toda a família se empenhava no tempo da colheita. No mês de maio não frequentávamos a escola para ajudar na colheita. O produzido neste período sustentava a família por um ano. Eram organizados os “paiós”, espécie de depósitos.
Na natureza, tudo segue uma lei lógica. Tempo de plantar, de adubar, de florescer, cair das folhas e colher. É o ciclo das estações. As interferências na natureza criam problemas e soluções. As temperaturas altas ou baixas provocam mudanças e muitas vezes prejuízos. A tecnologia pode favorecer a melhora da produção (Ex. do pimentão, 23.03.2025, globo rural).
No evangelho de hoje (LC 13,6-9) temos a história da figueira que não produzia frutos. A solução proposta foi eliminá-la. A contraproposta foi esperar, adubar e ver o resultado. A condição humana segue também a lei da natureza. Possui ciclos. Semeadura ao longo da formação, o florescer e frutificar. Somos também seres produtivos pelo trabalho e pela vida.
Seria interessante olharmos e avaliarmos os frutos que estamos produzindo e que tipo de frutos. Pode ser que tenhamos um trabalho produtivo quantitativo, mas o mais importante é a produção qualitativa como gestos humanitários.
Na parábola da figueira, a proposta de mudança para o melhor, aparece a bondade de Deus que espera, oferece tempo, coloca adubo (graça divina) para que todos possam produzir frutos de conversão, bondade, justiça, amor. ”A bondade de Deus é a única força que pode realmente levar o homem à conversão” (JJ. 241, Teologia do Novo Testamento, 1980).
Vamos viver o outono produzindo muitos e bons frutos!
Fortaleza, 23.03.2025 – Ozanir Martins Silva