ARTIGO – CONTEMOS E CANTEMOS – PEQUENAS NARRATIVAS

Algumas das características da pós-modernidade são: os fragmentos, a interrupção,
as pequenas narrativas, os intervalos. As narrativas podem ser positivas ou negativas.
Faço questão de insistir nas positivas.

Com razão a história das pessoas, como a história da humanidade
é feita assim: com fragmentos, pedaços, etapas, episódios, fatos.

Daí é, que contar e cantar a vida talvez seja simples e agradável.
Seria interessante e atraente ouvir as pequenas histórias
e cantá-las. Lembro algumas.

Quando aquela psicóloga falou meu nome e disse que eu teria sido o seu
segundo pai, as lágrimas vieram. Ela relembrou, garotinha no colégio que eu era
o diretor foi acolhida com a mãe e os irmãos quando o pai faleceu.

(Bianca)
Quando aquela outra psicóloga veio me abraçar por eu ter sido seu professor na universidade,
e disse que eu fazia parte da vida dela, tocou me muito, pois não lembrava (Janaina).

Quando aquela jovem veio me agradecer pelo que fiz por ela na solução de seus problemas,
fiquei interrogativo, pois eu apenas sugeri que ela fizesse o que estava pensando fazer.

Quando aquele pequeno empresário me agradeceu porque quando eu era diretor
o ajudava ou com a passagem de retorno para casa ou oferecendo
um almoço. Não lembrava, mas tocou-me.

Quando aquela mulher pobre de uma comunidade perguntou se eu não iria
receber o ovo que ela me ofertava, fiquei emocionado,
talvez fosse o que ela tinha para me oferecer.

Quando eu me coloquei, rezando o terço, diante de Maria, dizendo
que ela sabia da minha situação, e agisse a meu favor,
foi o silêncio e confiança que dominou.

E então, por que não cantar os feitos bonitos? Eu não sei cantar. Mas não precisa voz de cantor.
O coração canta no ritmo de suas batidas.

A emoção se espalha no ritmo de suas manifestações, sorrisos, abraços, beijos.
E sentimento extravasa por palavras, obrigado, graças a Deus.

 

Fortaleza, 08.02.2025. Ozanir Martins Silva