História

Movimento Padres Casados

ESBOÇO DA HISTÓRIA DO MOVIMENTO DOS PADRES CATÓLICOS CASADOS NO BRASIL

No Brasil, o Movimento de Padres Casados começou, em data imprecisa, nos fins da década de setenta do século passado. Partiu de uma simples troca de ideias em Salvador, BA. O primeiro Encontro realizou-se, em julho de 1979, em Nova Iguaçu, RJ, com a presença de 12 participantes.

É possível que tenha havido iniciativas similares em outros Estados, mas não deixaram memórias. Exceto uma. Em 27 de abril de 1977, Quinta-feira Santa, reuniram-se , em Brasília, na casa do jornalista Pedro Luz, além dele, outros quatro padres casados, Raimundo Nonato, José Ribeirão Leitão, João Coutinho e José Nogueira. Finalidade: lançar as bases de uma associação que congregasse os cerca de 50 padres casados já existentes em Brasília.

Mas queriam mais: associar também as centenas de padres casados espalhados por todo o Brasil. A associação denominar-se-ia “Associação Christi Amor”. Aos jornalistas que compareceram declararam: “Não estamos aqui com propósitos de confronto. Congregavit nos in unum Christi amor: foi o amor de Cristo que nos reuniu. Tinham, entre outros, estes objetivos: facilitar a adaptação dos padres afastados do ministério ao novo modo de vida e buscar o diálogo com as autoridades eclesiásticas com vistas ao seu possível aproveitamento no trabalho da Igreja.

É memorável um caso daquela época. Em 1975, Frei Juvenal Irineu Sansão, da Ordem Franciscana, ordenado em 1954, formado e doutorado na Europa, era subsecretário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e mantinha correspondência com 2.300 padres casados. Quase todos, 99%, estariam ansiosos por continuar a exercer plenamente o ministério.

Com tais dados, motivou a Comissão Nacional do Clero a submeter à XIV Assembleia Geral da CNBB, então reunida em Itaici, um documento elaborado pelo bispo de Lins, dom Pedro Paulo Koop, que devolvia aos padres casados a possibilidade de voltar a paroquiar. Seis dos oito itens foram aprovados, por maioria absoluta, em votação secreta. Mas faltou a decisão final, a do Papa, e tudo ficou como dantes. Então, em 1976, na festa da Epifania, Frei Juvenal resolveu suicidar-se com um tiro em Aparecida, deixando este testamento:

“Sinto-me agora comovido. O que tenho a dizer?”(Jo.12.27). “Vivendo, vivemos para o Senhor; morrendo, morremos para o Senhor” (Rom. 14.8). “Segundo a Lei, quase todas as coisas se purificam com sangue” (Hebr. 9,22). Num gesto profético de auto-imolação consciente, sacrifico a Deus a minha vida, implorando o Espírito Santo, para que fortifique, com os dons do discernimento e fortaleza, o Sumo Pontífice e os Bispos da Igreja Católica Apostólica Romana, movendo-os a sancionar para o Clero o celibato optativo, facultando aos eclesiásticos que se casam, o exercício pleno e público de suas funções sacerdotais. Certo da sua compreensão e solidariedade, peço como o Apóstolo São Paulo: “Reze por mim. Tenho esperança de ter agido bem” (Hebr. 13,18).

Frei Juvenal Irineu Sansão, O.F.M.”

Anos passados, soube-se, que ele andou a missionar pela África e passava os últimos anos da vida num convento do Sul do Brasil.

O Movimento dos Padres Casados (MPC) e a Associação Rumos (AR)

O Movimento dos Padres Casados foi nascendo aos poucos e em vários lugares. Foi surgindo em torno destes objetivos: troca de experiências; mútuo apoio; celebração da amizade; estímulo ao exercício pastoral em novas formas de ministério; renovação da Igreja; pressão e reivindicação. Dir-se-ia que, como movimento, ele representava uma oposição coletiva, não só ao celibato obrigatório, mas também à estrutura obsoleta da Igreja.

A liderança atuou a princípio desde São Paulo, com Felisbino Chaves. Mas, em 1982, Felisberto de Almeida e João Basílio Schmitt, que tinham criado um pequeno serviço editorial e conduziam o Movimento (MPC) no Distrito Federal, lançaram um simples boletim informativo, cujos horizontes não eram apenas os do Movimento dos Padres Casados.

O título o dizia: RUMOS, que queria dizer multiplicidade ou pluralidade de tendências e opiniões, não excluindo ninguém. E, sempre ou quase sempre, havia de tentar, de fato, romper o pequeno círculo dos padres casados, mas só eventualmente o fez. Pobre de meios humanos e financeiros e dependente de colaborações voluntárias e incertas, o Boletim foi o jornal que o Movimento pôde fazer, orientado quase sempre a um público específico, o dos padres casados.

A iniciativa acabou por projetar os seus autores e pôr, enfim, em suas mãos a liderança do MPC nacional. O Jornal RUMOS tornou-se assim, com os Encontros que se realizaram desde o princípio, um instrumento eficaz de união dos clérigos e religiosos que a Igreja excluiu por rejeitarem o celibato.

Foi na longa liderança de Felisberto de Almeida e de João Basílio Schmitt que nasceu, em agosto de 1986, a Associação Rumos, que representaria a face civil e jurídica do Movimento. Dada a evolução do Movimento, esse passo foi necessário.

Equipou-se e aumentou-se o serviço editorial. Com as contribuições dos sócios da Associação, o serviço editorial apoiava e suportava as despesas do boletim e as demais.

Realizou-se o VIII Encontro Nacional do MPC em Brasília, entre 28 a 31 de janeiro de 1988.

Graças a um trabalho paciente e uma grande persistência de João Basílio Schmitt, foi possível publicar duas edições, em 1984 e 1989, de um Catálogo Geral dos Padres Casados do Brasil. Foram identificados 2.131. Mas já na época se presumia que havia no Brasil o dobro dos padres que deixaram o ministério e viviam por todo o país.

Disposta a divulgar a cultura, a Associação Rumos, além do jornal RUMOS, quis editar também uma revista, “Rumos Revista de Cultura”, cujo primeiro número foi lançado no Senado Federal no dia 26.10.89.

Em 1990, a Editora Vozes Ltda. editou o livro “Padres Casados, Depoimento e Pesquisa”, um estudo de pesquisa levado a cabo por quatro padres casados: Jorge Ponciano Ribeiro, Luiz Pasquali, Fernando Spagnolo e João Basílio Schmitt.

Foi também já nesta época que se iniciou o processo de doação em comodato e escrituração de um terreno, no bairro de Águas Claras, destinado à construção da sede da Associação Rumos. Cedeu-o a Companhia Imobiliária do Distrito Federal (TERRACAP), graças às diligências do colega Raimundo Nonato da Silva.

Na busca de meios para conseguir a independência financeira, a Associação Rumos partiu para a prestação de serviços. Lançou o Serviço de Editoração Rumos e o Centro de Traduções Rumos. Tudo era feito em nome da Associação, até as notas fiscais e isso trazia problemas, porque ela era entidade sem fins lucrativos. Criou-se então um sistema de cotas e passou-se a trabalhar em regime de microempresa. Muitos colegas investiram nesse negócio. Infelizmente, por gestão amadora, veio a falir, o que frustrou bastante os investidores. A ideia de fundo era gerar dividendos e, com parte dos lucros, fazer face às despesas da Associação Rumos e do MFPC. Tanto assim que se acabou com a contribuição anual estabelecida desde 1986.

Isso gerou sérias dificuldades de caixa nos anos seguintes para fazer face às despesas ordinárias da Associação Rumos e do MFPC. E só veio a ter um início de solução no XIV Encontro Nacional em S. Luís, Maranhão, onde, por clarividente e corajosa proposta das mulheres presentes, se reiniciou a prática de Sócios contribuintes, com a taxa anual de 150 reais/ano (cerca de 60 dólares) por casal.

Mas esta retomada da Taxa Anual de Sócio Contribuinte custou a pegar e as dificiuldades financeiras apertaram e continuam a apertar bastante: O Jornal Rumos foi extinto, no XXII Encontro Nacional em Manaus, por falta de da Contribuição de Sócios e de assinantes não-sócios e o site: www.padrescasados.org também tem passados por momentos dífíceis para pagar o Hospedeiro.

A rejeição dos padres casados, professores do Instituto Teológico Pastoral de Fortaleza

É também nesta época que se deu um acontecimento lamentável e condenável. Havia já anos que, no Instituto Teológico Pastoral de Fortaleza, lecionavam, com total satisfação do cardeal-arcebispo dom Aloísio Lorscheider, da maioria dos bispos da região, da coordenação do Instituto e dos alunos, três padres casados: Eduardo Hoornaert, Jan Ter Reegen e Lauro Nogueira Sá Motta. Sem explicações, sem alegar qualquer motivo, em junho de 1991, chegou de Roma uma carta oficial para o cardeal, exigindo a demissão dos três professores. Não cabia nenhum recurso. A ordem era taxativa.

Repensando a Associação Rumos

A Associação Rumos foi decidida na Assembleis Geral Ordinária do VII Encontro Nacional em Salvador, em 1986. E criada pouco depois, pela Diretoria Nacional então sediada em Brasília. Como braço jurídico do Movimento dos Padres casados do Brasil.

Em 1994, já eleito Francisco Salatiel líder do Movimento e presidente da Associação Rumos, reuniu-se em Brasília, nos dias 2 e 3 de setembro, o Conselho Consultivo Nacional, para deliberar principalmente sobre a preparação do IV Congresso Internacional e sobre a reformulação da Associação.

A preparação do IV Congresso Internacional, que terá como temática geral os “Ministérios para o Terceiro Milênio”, foi vista como um momento de crescimento e aggiornamento, não só do grupo de Brasília, que o organiza, mas também dos demais grupos nacionais, dado que a todos se pede colaboração, a fim de que o peso não caísse só sobre a seccional da capital, onde se realizará o Congresso.

Quanto à Associação Rumos, os que participaram da reunião, foram unânimes de que ela está ao serviço do Movimento, é-lhe subalterna, é um meio para alcançar os fins. Até 31 de março de 1995, ela tinha de reconhecer, junto do Conselho Nacional de Serviço Social, sua utilidade pública e natureza de entidade sem fins lucrativos. Como tal, sendo de caráter predominantemente social e filantrópico, pareceu não harmonizar-se com a Editora SER (Serviços Editoriais Rumos), que se tornou, ao longo dos anos, uma pequena empresa, onde bastantes colegas investiram, com vista de lucro, as suas poupanças. Devido a uma gestão amadora, lá se foram alguns milhares de dólares investidos e nunca recuperados pelos investidores.

Consequentemente, o Conselho Consultivo decidiu a separação entre a Editora e a Associação Rumos: o nome RUMOS não seria mais usado pela Editora; o Jornal e a Revista Rumos não mais poderiam ser tidos como propriedade da Editora, mas veículos de comunicação do Movimento e da Associação.

Em novembro de 1994, apareceu o jornal “SER – Ciência e Cultura”, publicado pela Editora SER, mas como se fosse uma sequência do Jornal Rumos, dado que lhe continuava a numeração e a lista de assinantes. Isso foi fortemente contestado, principalmente no XIII Encontro Nacional em Belo Horizonte, em 2000. Viu-se claramente que, dada a confusão, na cabeça de vários assinantes, ficou a ideia de que “SER – Ciência e Cultura” é que era o órgão do Movimento e da Associação e não o “Jornal Rumos”. Desfez-se o equívoco, mas houve quem se manteve fiel ao jornal “SER-Ciência e Cultura” e ao seu sucessor até à morte do João Basílio Schmitt, que era, no fim, o único dono da Editora SER e, consequentemente, do jornal.

Os XXII Encontros Nacionais e o IV Congresso Internacional

No Brasil, desde o primeiro Encontro em Nova Iguaçu, ano de 198O, realizaram-se, mais ou menos regularmente, de dois em dois anos e em várias cidades, Encontros Nacionais.

Em 1996, entre 25 e 28 de julho, realizou-se em Brasília, o IV Congresso da Federação Internacional de Padres Casados. Havia representantes de todos os continentes e de 24 países. Ao todo, participaram 295 congressistas, dos quais 134 eram padres casados.

O que trouxe tanta gente a Brasília, de tantos países e de tão diversas distâncias? O que reúne fielmente em Encontros, de dois em dois anos, um número representativo das famílias dos padres casados do Brasil? Várias razões se poderiam apresentar. Mas não é o lugar neste resumo.

Contudo, se pode dizer que essa gente representa milhares de rejeitados e esquecidos, unidos entre si pela solidariedade, pela formação e ideais comuns e pela vontade de caminhar juntos na nova e difícil jornada para a qual o seminário não nos tinha preparado.

Rejeitados, sim, pelo poder da Igreja, mas ainda vivos e ativos, conduzidos pelo Espírito. Querem ser uma presença visível, a demonstrar o grave erro cometido pela chefia eclesiástica em rejeitar cerca de cento e cinquenta mil padres casados, enquanto as comunidades católicas ficam dramaticamente sem sacerdote e sem a Eucaristia. Os fiéis que morram de indigência, mas que se salve o “sagrado” celibato que Cristo nunca ordenou.

No Congresso Internacional e nos Encontros Nacionais, além do convívio fraterno, há reflexão sobre temas eclesiais e do mundo de hoje, de mistura com narrações de experiências exemplares de indivíduos ou de grupos. No Congresso Internacional, por exemplo, a temática geral foi “Ministérios para o Terceiro Milênio”, distribuída em três aspectos principais: “Comunidades eclesiais de base e ministérios”, “Direitos humanos na Igreja e ministérios” e “Ética, modernidade e ministérios”.

Um singular participante

Jerónimo Podestà e sua esposa Clélia Luro participaram em quase todos os nossos Encontros. Eram argentinos. Ele era bispo e pastoreou, desde 1962 a 1967, a diocese de Avellaneda, região industrial e operária, na redondeza de Buenos Aires. De ideias semelhantes às de dom Helder Câmara, encontrou-o em Roma, no decurso do Vaticano II, e contraiu com ele, desde então, uma amizade para sempre.

Combativo, incomodou o chefe do governo do seu país, Carlos Ongania, e distanciou-se do pensamento dominante na Igreja argentina, muito conservadora e nada profética contra os gravíssimos abusos dos generais-presidentes. Para mais, convivia com uma mulher, Clélia, separada e mãe de 5 filhos. E, em 1967, foi suspenso a divinis do ministério sacerdotal e episcopal.

Depois, foi o exílio, pois corriam risco de vida, e o regresso à pátria em 1974. Defensor da Teologia da Libertação e do celibato opcional para o clero, impulsionou o movimento dos padres casados, sobretudo na América Latina, e muito especialmente no Brasil. Fez disso a sua diocese. Era um bispo e jamais quis deixar a sua Igreja. Nem ele, nem Clélia, duas vidas a serviço de uma Igreja renovada e de uma sociedade mais fraterna. Clélia costumava falar de “um casal sacerdotal”. Na missa concelebrada nos Encontros nacionais, fazia questão de subir ao altar com Jerônimo.

Nossos Catálogos

Até aqui, já tivemos 4 edições do Catálogo Nacional da Associação Rumos/ Movimento dos Padres Casados do Brasil.

A primeira edição, datilografada, com 144 páginas, é de 1984 e contém cerca de 1340 padres casados com sua ficha familiar. A segunda edição, com o título: Associação Rumos – Catálogo Nacional, impressa, com 263 páginas, é de 1989. É a mais completa, e contém a ficha familiar de 2131 padres casados. A Ficha contém: nome do padre e esposa, nome dos filhos, com respetivas datas de nascimento (exceto da esposa: só dia de aniversário!), endereço, telefone, profissão do padre casado, país de nascimento, data de ordenação e de saída, Congregação ou diocese, disponibilidade ou não de hospedagem e para quantas pessoas, obras publicadas. Estes dois primeiros Catálogos foram elaborados pelo grupo de Brasília sob a coordenação de João Batista Schmitt. Em 1998, foi publicado o terceiro catálogo dos Padres Casados do Brasil, com o título de LISTAR – AS FAMÍLIAS DOS PADRES CASADOS. Inclui 1378 padres casados e suas respectivas famílias, mas cum uma ficha bem mais simples. Foi distribuída no XII Encontro Nacional em João Pessoa – PB. E também no XIV, em S. Luís – MA Nos intervalos entre um Catálogo e outro, sempre houve algumas pessoas preocupadas com a sua atualização, trabalho não fácil, coordenado por João Tavares com a ajuda preciosa de Gilberto Luís Gonzaga, de Florianópolis, Raimunda Gil Shaecken e Giovanni Gerbaldo de Manaus, falecido em 2018, de Manaus, Maria José de Natal, João Lemos, de Maceió, Felix Batista, de Recife, Paulo Andriola da João Pessoa, Paulo Jorge Lúcio, de Vitória, Luis Guerreiro Cacais e Irene, com Antônio Evangelista, de Brasília, José Vicente de Andrade e José Lino de BH, Lauro Motta de Fortaleza e Severino e Helena Cadorin, do Rio de Janeiro. Finalmente, em 2014, a Diretoria do MFPC, então no Ceará, usando como base o árduo trabalho de Irene Cacais, de digitalização completa do LISTAR – AS FAMÍLIAS DOS PADRES CASADOS, com as sucessivas atualizações do grupo acima, editou uma bonita versão em DVD do Catálogo Nacional do MFPC, que foi distribuído no XX Encontro Nacional de Florianópolis, em 2015. Ficamos mais pobres E fez-se urgente dar um destino ao terreno que o governo do Distrito Federal havia cedido, fazia alguns anos, à Associação RUMOS com a condição de nele construir alguma coisa. Feitas as contas em diversas reuniões do grupo de Brasília, concluiu-se que seria possível construir um edifício simples, mas manter ali uma sede e alguma obra social era inviável. Decidiu-se então devolver o terreno ao governo. Não sabíamos, porém, o que nos esperava. A Associação nunca tinha pagado as taxas regulares do uso de terrenos desse tipo. Na devolução, apresentaram a conta a pagar: cerca de R$ 13.000,00. E lá se foi toda a poupança que o grupo de Brasília tinha ajuntado com almoços beneficentes, etc., em vários anos. Como não tínhamos em caixa todo esse dinheiro, no final das contas, o que faltava saiu do bolso de um generoso membro do nosso grupo de Brasília.

O Pe. Jorge Lúcio é declarado fora da Igreja católica

Paulo Jorge Lúcio era o seu nome. Exerceu o ministério eclesiástico por breves quatro anos. E casou. Mas não deixou a atividade sacerdotal. Arrumou uma garagem em Vitória do Espírito Santo e fez dela garagem-igreja. E por anos ali serviu a sua comunidade católica. Com o tempo, sentiu que precisava de um bispo. E, com ele, outros colegas cogitaram que o bispo Jerónimo Podestà, sagrasse um dos padres casados brasileiros. Mas não constava que o bispo argentino estivesse disposto a sagrar alguém no Brasil, embora se constasse que o fez em outros países da América Latina: pelo menos um no México, em 1999, Lauro Macias Raygosa, fato admitido pelo próprio Lauro e pela filha de Clélia Podestà no Encontro da Federação Latino-americana em Buenos Aires, em 2011, e tornado público no Encontro de Quito em 2018 pelo próprio Lauro.

Se é verdadeiro, também há um documento de que ele sagrou também Romulo Braschi, o bispo que ordenou as primeiras mulheres na Alemanha. Mas esta versão foi desmentida por Lauro Macias numa live da Federação Latino-americana

Não vendo outra solução, Pe. Paulo Jorge Lúcio voltou-se para os vétero-católicos. Em 26.09.2004, o arcebispo vétero-católico primaz do Brasil e da América Latina, dom Estêvão Maurício de Lima Vasquez, foi a Vitória para lá erigir a primeira paróquia vétero-católica no Estado do Espírito Santo, nomeando o Pe. Paulo Jorge Lúcio como primeiro pároco.

Pouco depois, em 19.10.2004, o arcebispo de Vitória, dom Luís Mancilha Vilela, junto com todos os bispos do Estado de Espírito Santo, declarava o Pe. Paulo Jorge Lúcio e sua comunidade fora da Igreja católica. Contrariamente ao que foi dito e escrito na época no E-grupo dos MFPC e no Site de Mário Palumbo www.oraetlabora.com.br , não houve excomunhão, mas tão-somente Declaração dos bispos do Espírito Santo de que ele estava fora da Igreja católica.

A febre episcopal

Na época do caso de Paulo Jorge Lúcio, deu-se também o assédio de outras Igrejas para atrair os Padres Casados Católicos com propostas de liderança; e o arcebispo Emmanuel Millingo, sagrou, nos Estados Unidos, quatro bispos do grupo dos padres casados, destinados ao seu Movimento de Coalizão, para a Igreja Mãe se reconciliar e reconduzir os Sacerdotes Casados ao Serviço Ativo. O seu grito é “Padres Casados Já” (Married Priests Now). Após esta sagração, válida mas ilícita, segundo o Código de Direito Canônico, Millingo foi excomungado.

Já casado segundo o rito da Igreja do Reverendo Mooon, na Coreia do Sul, Millingo esteve também no Brasil, num Encontro “ecumênico”, em Atibaia, promovido e ricamente organizado pela Igreja de Moon. Vários colegas do MFPC, de Brasília e São Paulo, participaram deste encontro. E parece que em alguns desses colegas do Brasil se acendeu a “vocação ao episcopado”!.

Em fevereiro de 2011, Millingo ordenou mais 4 bispos em Belém do Pará, na “Igreja Católica Carismática” que, de fato, nada tem a ver com a Igreja Católica nem com o Renovação Carismática Católica da mesma cidade, conforme declaração explícita publicada pela arquidiocese de Belém. Fundada em Belém, Pará, pelo auto-denominado Ir. Alberto, um coronel bombeiro, essa Igreja já tinha diáconos, padres e bispos de duvidosa sucessão apostólica. Reordenados ou ordenados por Dom Millingo, agora têm a certeza da sucessão apostólica que eles ansiosamente desejavam.

Durante vários anos, a, partir de 2006, o Ir. Alberto, em contato com José Vicente Andrade, interlocutor de Dom Emmanuel Millingo, e com o Assessor de Comunicação do MFPC, João Tavares, rondou o MFPC e tentou se associar a nós ou que nós nos associássemos à Igreja dele para exigirmos ter bispos no MFPC, ordenados por Dom Millingo.

Foi tanta a pressão, que tivemos de interromper qualquer comunicação com ele. Com pouca representatividade e confiabilidade eclesial, ele precisava de nosso aval. Mas nós não lho demos e o proibimos de usar o nome do MFPC em suas propagandas. E não aceitamos que um dos bispos dele participasse do nosso XVII Encontro Nacional em Recife: nunca aceitamos a facilidade com que ele escolhe os candidatos ao sacerdócio e ao episcopado na sua igreja.

O assunto bispo do MFPC foi debatido com paixão no XVI Encontro Nacional realizado em Salvador, BA, entre 11 e 15 de janeiro de 2006. Depois, de 2006 a 2008, mantiveram-se as discussões mediante o e-grupo padrescasados@grupos.com.br , fundado por Fernando e Telma Spagnolo, de Brasília, e então coordenado por João Tavares. Foi, até agora, a maior discussão interna no MFPC.

Finalmente, a discussão voltou ao vivo, no XVII Encontro, em Recife, realizado de 10 a 13 de janeiro de 2008, mas já bastante digerida pelos debates no e-grupo de cerca de 800 participantes. Em ambos os Encontros, a maioria foi contra. Uma nova e última tentativa de bispo dos e para padres casados no Brasil, em 2012, desta vez incentivada pelo bispo mexicano ordenado por Dom Jerónimo Podestà, Lauro Macías Raygosa que, conforme afirmação dele, tinha o compromisso de sagrar outro bispo para lhe suceder.

Após consulta às lideranças do MFPC, esta nova investida também foi descartada. A pergunta implícita era: “Se não queremos fundar outra Igreja, queremos um bispo dos Padres casados para quê?”. E nós não queríamos fazer um cisma, ou fundar mais uma igrejinha “católica” independente, como tantas tristemente existentes no Brasil e na América Latina.

Temos, em Sergipe, um padre casado que foi ordenado bispo, mas na Igreja “Católica” Brasileira. Seu nome: Edson Luiz Campos da Silva, ex-capuchinho.

Também tivemos dois bispos que casaram: um em Minas Gerais, outro em Ihéus, que foi morar em Governador Valadares. Ambos já falecidos. Nunca participaram do MFPC.

O XVII Encontro de Recife

Os Encontros Nacionais foram sempre momentos altos no curso do Movimento. Eram momentos de reflexão, mas em raros deles nasceram decisões coletivas. O Encontro de Recife, realizado de 10 a 13 de janeiro de 2008, ficou marcado por uma decisão cujo reflexo alcançou, em nome dos padres casados do Brasil, uma amplidão que nunca se esperou: o site, na internet. Deve-se essa decisão, sobretudo à coragem do presidente do Encontro, Félix Filho. Mas já sugerira esse instrumento, havia anos. Lauro Nogueira Sá Motta, de Fortaleza, e o pusera em ação, com sucesso, como iniciativa individual, Mário Palumbo, com o site www.oraetlabora.com.br . Este site já funcionava em 2003 e serviu também o Movimento até ao nascimento do site do MFPC em 2008.

Felix Galvão Batista Filho na Igreja Anglicana

Após o Encontro de Recife, sendo ainda presidente nacional da Associação Rumos e do Movimento das Famílias de Padres Casados até ao fim do ano 2009, Félix inaugurou e pôs a funcionar o site www.padrescasados.org em 23.09.2009. Entretanto, decidido a voltar ao exercício do ministério sacerdotal, em 30 de maio desse mesmo ano, vigília de Pentecostes, na Catedral Anglicana da Santíssima Trindade, foram-lhe reconhecidas as Sagradas Ordens de presbítero. O bispo da Diocese Anglicana de Recife que o recebia, era dom Sebastião Armando Gameleira Soares, que estudou na Universidade Gregoriana, em Roma, como seminarista católico, mas não foi ordenado. Foi ordenado, mais tarde, na Igreja Anglicana. Antes padre, depois bispo. Muito estimado e muito ligado ao MFPC em que participou de dois Encontros Nacionais.

A importância do site do Movimento dos Padres Casados

Com o site www.padrescasados.org , o Movimento ganhou vida. Está ali um púlpito donde se pode levar a Palavra e nosso modo de ver a Igreja e os grandes problemas atuais até todos os rincões do mundo. Bem administrado, como tem sido principalmente por Gilberto Luiz Gonzaga e João Correia Tavares, obterá resultados que não imaginávamos. O site foi criado em 2009; já teve quase 1.000.000 de visitantes desde a sua fundação; sendo que, desde 2015, são cerca de 800.000. Atualmente os visitantes pertencem a mais de 80 países. Fundado por Félix Filho, de Recife, quando foi Presidente do MFPC, o Site passou por várias mãos em Recife (Félix e Mateus/Regina, em Fortaleza (João S. e Enoc Brasil), em Porto Belo -SC (Gilberto Gonzaga) e, desde 2016, em S. Luís (João Tavares).

Relações Internacionais do MFPC

Desde os inícios da década de 80, sobretudo pela participação e incentivo de Dom Jerónimo Podestà e Clélia, o MPC sentiu a necessidade de estabelecer relações com os grupos de Padres casados da América Latina e, depois, da Europa e do Mundo. Se os problemas fundamentais eram os mesmos, porque não tentar uma partilha?

No VII Encontro Nacional, em 1986, em Brasília, além de Jerónimo Podestà e Clélia, presentes em quase todos os Encontros, já houve vários participantes de outros países sul-americanos. Jorge Ponciano Ribeiro, muito ligado a Jerónimo e Clélia, foi nosso primeiro Delegado para Relações Internacionais. Participou de vários Encontros da Federação Latino-americana de Padres casados.

Em 2001, Jorge Ponciano participou do Encontro da Federação Latino-americana de Padres casados em Lima, no Peru, de onde chegou com a notícia de que nosso bispo Jeronimo Podestà tinha sagrado bispo um padre casado, mas que era segredo, por enquanto. Mais tarde viemos a saber que se tratava de Lauro Macias Raygosa do México. Por descuido dele ou por esperteza de um repórter, Lauro apareceu na imprensa celebrando, de mitra e báculo. Perguntado no VI Encontro da Federação em Buenos Aires, em 2011, Lauro confirmou a sagração. E a confirmou e tornou pública no VIII Encontro da Federação em Quito, Equador em 2018.

Uma hipótese bem provável do longo segredo que, no Brasil, só Jorge Ponciano e João Tavares, então Presidente da Associação Rumos/MFPC, conheciam, talvez tenha sido o fato de Jeronimo Podestà estar aposentado como bispo católico na Argentina e, caso a sagração episcopal viesse a público, ele poderia ser processado pelo Vaticano, excomungado e perdido a Aposentadoria e, depois de sua morte, a Pensão da esposa Clélia.

O segundo delegado foi Armando Holyszewski que participou, em Buenos Aires, de dois Encontros da Federação Latino-americana. Em 1996 houve em Brasília o IV Congresso Internacional de Padres casados, com uma boa representação da Federação Latino-americana, dos países de língua espanhola, e da Confederação Mundial. Entretanto as relações com a Federação latino-americana e com a Federação Europeia e a Confederação Mundial, por falta de cultivo, chegaram quase a zero por volta de 2005.

E só não chegou a zero porque, durante anos, Luís e Irene Cacais, ele português e ela alemã, ambos poliglotas, em suas viagens à Europa, mas, principalmente, na troca de publicações e correspondência, mantiveram contato com os grupos de Padres Casados da Alemanha, Portugal, França, Áustria, Bélgica, Itália, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Filipinas e Austrália, ou seja, com a maioria dos grupos ativos de padres casados de fora da América Latina. Em 2005, Irene Ortlieb Cacais, participou, a nível pessoal, do VI Congresso da Federação Mundial em Wiesbaden, na Alemanha.

A partir de 2006, após uma troca de e-mails entre Clélia Podestà e João Tavares, do Setor de Comunicação do MFPC, e o fornecimento, por Clélia, de cerca de 70 endereços de e-mails de padres casados da América Latina e de algumas lideranças dos Movimentos de Padres casados da Europa e das Filipinas, recomeçou uma comunicação mais intensa, via e-mail.

Em 2011, um grupo de cinco casais do MFPC participou, em Buenos Aires, da VI Assembleia da Federação Latino-americana, em casa de Clélia Podestà. No XIX Encontro Nacional do MFPC, em Fortaleza, em 2012, participaram 5 pessoas da Argentina, 2 do Chile e 2 do México. João e Sofia Tavares, antes por e-mail e depois, em visita a Portugal, entraram em contato com a Associação Fraternitas, de Portugal, onde participaram de quatro Encontros Nacionais e se tornaram Sócios da Associação portuguesa de Padres casados, a Fraternitas Movimento.

Em Junho de 2014, a convite da Diretoria da Federação Europeia, João e Sofia Tavares e Mario Mullo, este de Equador e ex-presidente da Federação Latino-americana de Padres casados, participaram em Bruxelas, do Encontro de Lideranças da Federação Europeia em preparação ao Encontro de Confederação Mundial de Padres casados, em Novembro de 2015. O intuito explícito foi o de reatar e esquentar as relações entre as Federações Latino-americana e Europeia.

Voltaram com o convite para o Encontro da Federação Mundial em Madrid, no fim de outubro de 2015 e com o encargo de preparam dados históricos e de experiências pastorais e sociais da Federação Latino-americana para um livro comemorativo da vida do Movimento Internacional de Padres casados, na oportunidade da comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II.

No dia 18 de janeiro de 2015, após o XX Encontro Nacional do MFPC, realizou-se em Florianópolis, Santa Catarina, a VII Assembleia Latino América de Padres casados. Foram revistos os Estatutos e eleita a nova Diretoria. Com Mario Mullo, do Equador, Presidente; João Tavares, do Brasil, Vice-Presidente; Oscar Varela, do Chile, Secretário; Encarnación Madrid, da Argentina, Tesoureira; e José Edson, do Brasil, Conselheiro Fiscal.

Em outubro de 2015, João e Sofia Tavares, junto como o Presidente da Associação Rumos e do MFPC, José Edson, participaram, em Guadarrama, perto de Madrid, do Encontro da Federação Mundial. Da América Latina, participaram também Sebastián Cosar, espanhol radicado no Chile e Mario Mullo, do Equador, Presidente da Federação Latino-Americana.

O Livro anunciado em Bruxelas foi publicado e distribuído em Guadarrama, com o título CURAS EN UNAS COMUNIDADES ADULTAS, mas, com o argumento de que a América Latina e o Brasil, tinham feito o trabalho noutro estilo, não incluíram o material preparado por Luís Guerreiro, que é a base deste Esboço Histórico, nem o que Mário Mullo tinha preparado sobre a História da Federação Latino-Americana.

Em 2018, três casais brasileiros participamos do VIII Encontro da Federação Latino-americana de Padres casados em Quito, no Equador: Gilberto e Aglésia, Antônio Evangelista e Aíla, João e Sofia Tavares.

Nos preparamos para o IX Encontro da Federação em Santiago, Chile, marcado para outubro de 2021. Mas, devido à pandemia do Covid foi impossível, vindo a ser realizada somente em janeiro de 2024 com a presença maciça de 20 representantes do MFPC.

Grupos de WhatsApp nacionais e internacionais

Nos últimos Encontros nacionais e internacionais vem se insistindo muito na urgente necessidade de buscarmos e acolhermos os padres que, em todos os nossos países, continuam deixando o ministério. Para o bem deles e para a renovação do Movimento nacional e internacional de Padres casado.

Sabemos que o nível de formação deles é menos denso e menos profundo do que a que nós mais velhos tivemos, mas são colegas que, como aconteceu conosco, sentem a dor e a solidão da saída, talvez saudade do ministério e a dificuldade de sua inserção no mundo civil para o qual não foram preparados e no qual muitos caíram abruptamente.

Provavelmente, bem poucos se prepararam para a saída e bem poucos tinham qualificação para um emprego ou um trabalho condigno com sua preparação humana e intelectual. Por isso, estamos convencidos que, como o foi bom para nós, sua inserção em nosso Movimento lhes pode ser útil e os pode ajudar a não se sentirem sós e abandonados e a suscitar novas forças, ideias e realizações para a continuação e o ressurgimento do MFPC que precisa, urgentemente de ser repensado e revitalizado com sangue novo e ideias novas. Os tempos áureos do MFPC, de 1980 a 2010 passaram, os jovens casais daquele tempo já têm os filhos casados e os cabelos brancos e não houve um suficientes estratégia de renovação.

Os grupos estaduais eram numerosos e bem organizados, em cerca de 90% dos Estados; as reuniões, mais ou menos mensais, eram numerosas, alegres e cheias de vida; nossas crianças cresceram juntas e criaram fortes laços de amizade que perduram até hoje, mesmo à distância; a maioria tinha bons empregos, sendo raros os casos de colegas que precisaram de ajuda emergencial.

Enquanto durou, o e-grupo www.padrescasados.com.br, foi um bom e intenso meio de comunicação e possibilitou uma salutar e por vezes tensa troca de ideias e busca de novos rumos.

O Jornal Rumos, que peregrinou por várias capitais, também ajudou bastante com troca de ideias, se sugestões, de debates internos do MFPC.

Para isso surgiram, foram criados, vários grupos de WhatsApp, na América Latina, no Brasil e, a nível local, em vários Estados. Assim conseguimos por vária centenas de colegas que não nos e não se conheciam ou estavam afastados, num bom diálogo fraterno, buscando novos e promissores rumos e horizontes.

O grupo Nacional de WhatsApp foi criado em 2018 por Bernizzeth Zorthea, viúva de Anselmo Zorthea e que mora em Salvador. Ela conhece muitos padres casados jovens, em vários Estados brasileiros e começou a se comunicar com eles. Mas não os podendo acompanhar a todos teve e realizou a ideia de criar um grupo nacional de WhatsApp para facilitar a comunicação.

Logo em seguida, surgiram grupos estaduais de WhatsAPP no Amazonas, no Pará, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, na Bahia e em Campanha, MG. Bem como grupos nacionais e dois grupos latino-americanos e um português de WhatsApp

Algumas lideranças nacionais, latino-americanas e portuguesas, participam de vários destes grupos e fazem de elo de ligação. Isso está possibilitando a frutífera e integradora realização de Leaves e de Encontros virtuais nacionais e internacionais.

Num país-continente, como é o Brasil, bem como na América Latina, a comunicação é de extrema importância para nos mantermos unidos, trocarmos notícias e ideias e programarmos nosso presente e futuro.

Conclusão

Nas regiões metropolitanas do Brasil, são numerosos os padres relativamente jovens que deixam o ministério. O grupo local dos padres casados mais antigos convida-os a se juntarem a eles. O convite às vezes é aceito, mas, por fim, poucos têm aderido. É que os padres casados de tempos passados são solidários de sonhos que ainda guardam ou os compensaram como pessoas, famílias e grupos locais e nacional.

Os novos, com formação humana, espiritual e intelectual diferente da dos mais antigos, talvez têm receio de se aproximar.

Do ponto de vista financeiro e de emprego, dá a impressão que as duas gerações antecedentes tiveram mais facilidade em se engajarem na vida civil, seja Serviço público mediante concurso, seja no Ensino ou outras Profissões liberais.

Infelizmente, talvez não tenhamos prestado a devida atenção aos que iam saindo e continuam a sair.

Mas de há uns cinco anos para cá, começamos a nos conscientizar de que, ou nos renovamos, ou perecemos com Associação de Padres casados.

O esforço de, nestes últimos dois anos, procurarmos e cultivarmos de vários modos os padres casados mais novos espalhados pelo país inteiro, sobretudo através do WhatsApp, é uma nova e, ao que parece, uma válida tentativa de agregar e cultivar os antigos e os mais novos. Mas muito há ainda a fazer neste tema.

Autor: Luís Guerreiro

Colaborador: João Correia Tavares que contribuiu com revisão, ampliação, atualização e retoques, bem como a redação dos items: Relações Internacionais do MFPC, A Febre Episcopal, Nossos Catálogos e Grupos de WhatsApp.

Atualizada em 19 de julho de 2024