MUNDO – “Absolutamente insano”: funcionários do Pentágono sobre o plano de Trump de usar militares na deportação de imigrantes

O artigo é de Silvio Falcón, cientista político, publicado por La Marea e reproduzido por Outra Palavras, 25-11-2024. A tradução é de Rôney Rodrigues.

“Donald Trump fez campanha com a promessa de fazer deportações em massa e, na segunda-feira (18 de nov), disse que a sua administração usaria os militares dos EUA para realizar esta expulsão de milhões de pessoas, muitas das quais vivem nos Estados Unidos há anos ou mesmo décadas”. A reflexão é de Nick Turse, em artigo publicado orginalmente no The Intercept, e reproduzido por Voces del Mundo, 22-11-2024. A tradução é do Cepat.

Nick Turse é editor-chefe do TomDispatch e membro do Type Media Center. Seu livro mais recente é Next Time They’ll Come to Count the Dead: War and Survival in South Sudan e é autor do best-seller Kill Anything That Moves.

 

Donald Trump fez campanha com a promessa de fazer deportações em massa e, na segunda-feira (18 de nov.), disse que a sua administração usaria os militares dos EUA para realizar esta expulsão de milhões de pessoas, muitas das quais vivem nos Estados Unidos há anos ou mesmo décadas.

Historicamente, os militares dos EUA não desempenham funções de controle da imigração e normalmente não desempenham funções policiais.

Mas quando Tom Fitton, presidente do grupo conservador Judicial Watch, publicou nas redes sociais que a próxima administração “usará recursos militares para reverter a invasão de Biden através de um programa de deportação em massa”, Trump respondeu: “Verdade!!!”.

O governador do Texas, Greg Abbott, já seguiu a estratégia legal de declarar que o fluxo de imigrantes é uma “invasão”, argumentando que o governo federal descumpriu seu dever constitucional de proteger os Estados de potências estrangeiras e que o Texas deveria ter o direito de usar a sua Guarda Nacional como força de deportação. Os deputados republicanos do Arizona fizeram a mesma afirmação. Trump também sugeriu anteriormente que recorreria a poderes de guerra para colocar o seu plano em prática.

O Pentágono rejeitou publicamente a promessa de Trump de usar os militares para fazer deportações em massa. “O Departamento não comenta hipóteses nem especula sobre o que pode ocorrer”, disse um porta-voz do Departamento de Defesa ao The Intercept.

Nos bastidores, os funcionários estavam exasperados. “É absolutamente insano”, disse um funcionário do Pentágono que pediu para não ser identificado porque não estava autorizado a falar com a imprensa sobre o assunto. “Nunca pensei que veria o dia em que esta seria uma política ‘séria’ – coloque entre aspas”. Ele disse que os obstáculos legais e logísticos seriam imensos e que a proposta era “pouco realista e pouco séria”.

Outro funcionário do Departamento de Defesa de um escritório diferente, que também não estava autorizado a falar com a imprensa, teve quase exatamente a mesma reação. “É uma loucura”, disse sobre o anúncio de Trump.

“No primeiro dia do meu mandato, lançarei o maior programa de deportação da história americana para expulsar os criminosos”, disse Trump durante um comício no Madison Square Garden, em Nova York, nos últimos dias da campanha presidencial. “Resgatarei cada uma das cidades que foram invadidas e conquistadas, e colocaremos esses criminosos cruéis e sedentos de sangue na prisão, e então os expulsaremos do nosso país o mais rápido possível”.

Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos
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