ARTIGO – TEOLOGIA FUNDAMENTAL

 

Outro dia, visitando uma livraria, deparei-me com um livro com o título Introdução à teologia fundamental. Esta é uma área da teologia que se preocupa com os fundamentos da revelação e da fé cristã.

Este contato com a teologia fundamental não foi surpresa para mim. O mestrado que fiz na Gregoriana (Roma) foi exatamente nesta área. A surpresa veio quando olhei o autor Rino Fisichella. Este foi meu professor no curso e orientador do seminário I. Juntando outra surpresa foi o livro A misericórdia, de Jon Sobrino. Este jesuíta foi o autor que pesquisei na dissertação de mestrado. Lá foi sobre o Jesus Histórico, aqui aprofunda a opção de Jesus como o Deus da misericórdia.

Quando na época escolhi estudar teologia fundamental foi porque olhando as áreas da teologia percebi que esta era uma dimensão mais aberta, enfrentando problemas relacionados à revelação, Deus e homem. O direcionamento para a cristologia deu-se em razão do orientador, o jesuíta Ignacio Gonzalez. Eu escolhera o eclesiológico pelo meu trabalho pastoral ligado às Cebs, mas ele só orientava a cristologia. Tive de mudar e foi bom.

Segundo o professor Rino, a Teologia Fundamental torna-se adulta com objeto, método e função como ciência teológica. Ele analisa também a evolução desta disciplina no contexto teológico, eclesial e histórico.

A centralidade dela está no seu objeto de estudo: “o evento da revelação e a fé que nela depositam os cristãos” (p. 56). De fato, o fundamento do cristianismo está na revelação de Deus a um povo ao longo da história, conforme narra a Bíblia.

A preocupação da Teologia Fundamental inicialmente foi apologética, defesa da fé. Depois do concílio Vaticano II, se volta para a redescoberta da pessoa de Jesus Cristo, da igreja como ministra da palavra, a escritura e o destinatário da revelação.

A Teologia Fundamental vai se preocupar, então, com a evolução do conceito de revelação e sua relação com o mundo também em evolução. Passa a ser uma teologia do diálogo, de fronteiras, de sentinela no que acontece na teologia e na história. A meu ver, tem tudo para dialogar com a pós-modernidade e o mundo dos humilhados.

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