a) A história da cultura se identifica com a história da raça humana. E esta é uma sequência de desdobramentos da relação do homem consigo mesmo, com o outro e com o mundo. “A raça humana é única entre todas as espécies animais, devido ao progresso realizado de então até hoje” (Ruth, 223). Isto pelo fato de o ser humano ter passado por um processo de evolução biológica que se desdobra no ser consciente e espiritual. Por isso ele foi capaz de enriquecer sempre mais seu modo de vida pela invenção e aprendizagem. A história da cultura nos revela o crescimento da capacidade humana de criar. Ela é como a base indicativa dos estágios passados pela humanidade. Ela decifra o ser humano. É a marca do humano. Revela suas características e identidade. “O elemento humano tem direito a uma só grande presunção: a ilimitada capacidade de inventar e aprender” (idem, 124).
b) Assim, a cultura emerge com o aparecimento da primeira raça humana. Ela surge num ambiente natural, mas na hora que ela interfere e cria um ambiente diferente, humanizado, em que deixa a sua marca cultural. O homem é um ser de relações. Por estas relações ele vai construindo a história da cultura, ou seja, vai transformando a natureza para atender às suas necessidades.
c) A relação do homem com a natureza se dá por um processo adaptativo mediante o trabalho. Para isto ele sempre está criando soluções para seus problemas. As soluções vão desde instrumentos manuais até tecnologias avançadas. O que caracteriza o trabalho material vai especificando a cultura material. Mesmo partindo de necessidades e soluções diferentes, emerge a nível de consciência global padrões unificadores e reguladores de significados consensuais da cultura. É o que caracteriza a configuração cultural.
d) A relação do homem com os outros cria padrões éticos de reconhecimento e respeito. O domínio dos bens produzidos pelo trabalho em algumas situações cria relações igualitárias, noutros casos os níveis são desiguais. Com o avanço das revoluções tecnológicas, por causa do excesso de produção, começa o processo de dominação das relações sociais. Consequentemente a cultura começa a se diferenciar.
e) A sustentação ideológica tende a filtrar os elementos básicos de comunicação, ou mesmo dogmatizar posições para justificar as relações do homem com os outros e com o mundo. Essa interpretação da atividade humana tende a identificar o característico de cada grupo humano. Ao mesmo tempo favorece o intercâmbio cultural a níveis de progresso. Deste modo, a dinâmica do processo cultural é entendida como positiva porque a torna exposta e acessível.